julho 7, 2024 06:38

‘Bolsonaristas’, vereadores consideram ‘infeliz’ declaração do presidente, na ONU, sobre queimadas

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Os vereadores Eloi Abreu (PMN), Elias Emanuel (PSDB) e Gedeão Amorim (MDB) da Câmara Municipal de Manaus (CMM) repudiaram, mesmo com algumas ressalvas, o discurso do presidente Jair Bolsonaro em referência às queimadas na Amazônia e no Pantanal, feito na Assembleia Geral da ONU, nesta terça-feira, 22.

Inicialmente, Eloi agradeceu ao presidente de ter participado do evento e ter contribuído com o seu discurso ressaltando a “firmeza e segurança” que o chefe do Executivo propôs ao Brasil de forma mundial. Porém, ele considerou “infeliz” a forma como Bolsonaro se posicionou sobre os incêndios recorrentes na Amazônia e no Pantanal.

“Em uma fala dele, onde ele colocou que os responsáveis pelas queimadas na Amazônia e no Pantanal são os índios e os caboclos e nenhum momento foi citado os grandes fazendeiros, os grandes madeireiros, os grandes produtores”, diz o vereador que informa que esses trabalhadores são os verdadeiros responsáveis pelos incêndios.

Ainda segundo Eloi, Bolsonaro “foi muito bem em suas colocações”, porém deixou a desejar na informação sobre o assunto importante como esse.

“Jamais, jamais o caboclo, o índio, vai queimar para destruir, ele pode até, sim, fazer seu roçado, derrubar um pedacinho de mata pra fazer sua mandioca, fazer a sua plantação para se alimentar e vender, tirar os seus ganhos dali, mas não pra grande destruição como está sendo na região do Pantanal e como na região Amazônica”, diz Eloi, defendendo os caboclos e índios.

Ofendido

“Eu não posso deixar de me sentir ofendido quando o presidente vai a ONU dizer que os responsáveis pelas queimadas na Amazônia e no Pantanal são os indígenas e os caboclos. Essa fala do Bolsonaro acho que fez revirar no túmulo Fábio Lucena, Evandro Carreira, e o próprio Gilberto Mestrinho que dizia que quem preserva essa região verde é o caboclo e o indígena”, reforça Elias Emanuel, o discurso do colega.

“Não adianta dizer que tem postura de combate ao desmatamento, tolerância zero, se não apresenta estatística do combate”, critica o vereador sobre a ausência de planos de enfretamento de Bolsonaro.

Também falando sobre o caso, Gedeão Amorim (MDB), classificou o pronunciamento do presidente de “contraditório” e considerou “relevante” ao destacar sobre a maior reserva ambiental do mundo, mas não compactua com acusações de “aqui e ali”.

“Não tem como obscurecer o tanto de incêndio que tem nas matas deste país, todos os dias documentados”, acrescentou.

 

 

Ana Flávia Oliveira, para O Poder 

Foto: Reprodução

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