novembro 18, 2024 22:18

Primeiro debate eleitoral não fugiu à regra: candidatos se atacaram, criticaram alianças e minimizaram propostas

Com a presença de oito candidatos a prefeito de Manaus nas eleições municipais 2020 e com duração de cerca de duas horas, o primeiro debate eleitoral foi realizado na noite desta quinta-feira, 1º, pela TV Band Manaus, e não fugiu à regra dos tradicionais embates televisivos: ataques entre candidatos, entre ideologias e sem o debate, de fato, de propostas.

Um dos pontos altos do debate foi quando os candidatos Alfredo Nascimento (PL) e Romero Reis (Novo) se enfrentaram no púlpito. Ambos insinuaram, um ao outro, sobre um comportamento ‘malandro’ para administrar Manaus.

Ao direcionar as perguntas ao oponente, Alfredo Nascimento, Romero disse que Manaus não precisa desses mandatos “malandros” e com “malandragem” não se soluciona os problemas da cidade. O candidato do Novo cutucou Alfredo dizendo que um ‘certo’ candidato teve a oportunidade de solucionar o problema da BR-319 (Manaus-Porto Velho), mas, não fez. 

Em resposta, Alfredo rebateu afirmando que “malandragem” só se for por parte de Romero Reis, a quem disse que não tem preparado e conhecimento para administrar Manaus. “Fui o melhor prefeito de Manaus por duas vezes, e quando estive ministro dos Transporte, fiz mais da metade da BR-319”, retrucou Alfredo. 

Petista versus Bolsonarista 

O debate iniciou com Alberto Neto (Republicanos) e José Ricardo (PT), que trocaram farpas sobre os governos petista e Bolsonaro, a quem ambos representam. Ao iniciar o debate, Alberto Neto perguntou como seria o “governo PT de ser em Manaus”, se seria de “roubalheira, de ‘desvios ou de irregularidades”. 

Em resposta, José Ricardo disse que o Brasil teve 12 anos de crescimento na economia e o Amazonas foi muito beneficiado, com a prorrogação da Zona Franca de Manaus e programas sociais de moradia e bolsa-família. 

“Diferente de Bolsonaro, que está destruindo o país, com o aumento da pobreza. Bolsonaro tirou recurso da educação, esse governo que você apoia”, disse Zé Ricardo. 

Neto retrucou que Manaus precisa do ‘jeito Bolsonaro’ de governar, de forma transparente. “Bolsonaro tem mais de 600 dias de governo sem corrupção e temos que ressaltar que o presidente, onde ele quer que vá, defende Manaus”, ressaltou o candidato. 

‘Protagonista da ZFM’

Na sequência, Zé Ricardo confrontou David Almeida (Avante), que foi questionado sobre o modelo Zona Franca de Manaus (ZFM), e quais seriam as propostas do candidato para o desenvolvimento econômico da capital amazonense.  

David Almeida disse que o prefeito precisa ser protagonista da ZFM. “Se eleito for, irei procurar o governo estadual e federal para trabalhar políticas públicas para manutenção desse incentivo, vale ressaltar que o prefeito vai precisar desse protagonismo e buscar novas alternativas de desenvolvimento”, completou Almeida.

Na rodada de debates, David escolheu Romero Reis. O ex-deputado estadual aproveitou o espaço para ‘cutucar’ Amazonino Mendes (Podemos), perguntando de Romero se ele acredita que se pode administrar Manaus de casa. David também perguntou sobre qual seria a solução de Romero para os problemas da cidade de Manaus, relacionado ao transporte público, infraestrutura e saúde. 

Com o ar ‘irônico’, Romero disse que não se vai resolver problemas da cidade com “políticos profissionais”. “Vamos resolver com gestão. Se eleito, vamos fazer uma profunda reforma administrativa e colocar a máquina para rodar. Em seis meses, vamos cortar os elevados números de cargos comissionais. Vamos fazer o que os políticos  que estão aí não fazem, pois, eles vivem de verba de gabinete. Precisamos parar de discurso e entrar com gestão pesada”, disse Romero. 

Na sequência dos debates, Romero Reis convidou Alfredo Nascimento, e de pronto, perguntou sobre a BR-319. Foi quando os discursos ficaram ‘inflamados’, no momento que Romero fala sobre encerrar os mandatos ‘malandros’. 

Após os ânimos se acalmarem, Alfredo Nascimento convidou Marcelo Amil (PCdoB), para o debate, e perguntou sobre as propostas do candidato para a saúde municipal. Bastante irônico, Marcelo Amil questionou para onde seria o atendimento da saúde, para área periférica ou Ponta Negra, sugerindo que o atual governo, de Arthur Neto (PSDB), tem os olhares direcionados para classe alta e esquecendo dos mais pobres. 

Por sua vez, Marcelo Amil convidou Alfredo Menezes para duelar e questionou sobre os valores direcionados pela gestão municipal para o esporte, cultura e lazer. Em resposta, disse que o valor é bastante baixo, sem citar cifras concretas, ressaltou que se eleito, irá reverter o cenário. 

Na sequência do debate, Menezes convidou Ricardo Nicolau para debater, e perguntou de Nicolau como ele se coloca como novo, mas, tem apoio de nomes que já governaram o Estado e o município, e pouco trouxeram de inovador. 

Ao retrucar o adversário, Nicolau afirmou que se coloca como renovação de métodos, de forma de governar. “Tenho vinte anos de vida pública, vamos fazer uma Manaus melhor para todos e com autonomia”, disse Nicolau. 

Patrimônio 

O debate voltou a esquentar após Alfredo Menezes perguntar sobre os bens declarados por Nicolau. “Sabemos que você tem uma vida de alto padrão, mas, seu patrimônio declarado não condiz com seu modo de viver”, perguntou Menezes. 

Nesse momento, Nicolau disse que tem um patrimônio de pessoa física, que é diferente do património empresarial de sua família. “Nunca ganhei dinheiro no cargo público, o nosso patrimônio é das empresas da nossa família, que tem mais de 40 anos prestados no Estado. Não vivo da iniciativa pública. Não fiz fortuna”, completou. 

Na sequência do debate, Ricardo Nicolau convidou Alberto Neto para o enfrentamento, e ambos discutiram sobre a pandemia da Covid-19, e afirmaram que tanto o governo do Estado quanto a prefeitura foram omissos em relação ao enfrentamento da doença.  

Acusações

Ainda durante o debates já em uma nova rodada se enfrentando, Ricardo Nicolau questionou David Almeida sobre os contratos com suspeita de superfaturamento, quando o ex-deputado esteve no Governo do Amazonas. 

Em resposta, David Almeida disse que as contas foram aprovadas. Em um contrato de cirurgias mais baratas do Brasil. “Vossa senhoria pensa que pode resolver tudo com o dinheiro que tem, consigo fazer muito mais pela saúde do que você pensa que consegue”, finalizou Almeida. 

 

 

 

Henderson Martins, para O Poder

Foto: Reprodução

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