janeiro 19, 2025 11:28

‘Planejo construir a cidadania das mulheres’, enfatiza candidata a vice-prefeita, Dora Brasil

Uma das quatro mulheres que concorre como vice-prefeita de Manaus na eleição municipal 2020, Maria Auxiliadora de Queiroz Brasil, ou apenas Dora Brasil, é a terceira entrevistada na série com os candidatos a vice produzidas pelo Portal O Poder.

Filiada ao PCdoB, a mestre em Educação e presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher, é a parceria de chapa do candidato Marcelo Amil, também do PCdoB e é a primeira vez que disputa um cargo majoritário.

À reportagem, ela afirmou que, uma vez eleita para o cargo, a palavra de ordem vai ser “trabalho conjunto” com Marcelo Amil.

Leia a entrevista na íntegra:

 

O PODER – Qual será sua participação no Executivo? Planeja comandar alguma secretaria ou órgão, caso a chapa Amil/Dora vença a eleição?

Dora Brasil – Eu pretendo atuar em várias áreas. Pretendo ser uma vice-prefeita atuante. Tenho uma longa atuação na Educação, na defesa dos Direitos Humanos, ao lado dos movimentos sociais. Conheço os problemas das pessoas que vivem na cidade. Aqui nasci, me criei, formei,  trabalhei e trabalho, pari meu filho. Quero atuar ao lado do prefeito na busca de soluções para os principais problemas da cidade. Pretendo ser uma vice-prefeita atuante.

O PODER – A senhora é uma das poucas mulheres que está disputando a eleição numa chapa majoritária. Uma vez eleita quais as propostas para as mulheres de Manaus?

Dora Brasil – Para o eleitorado feminino planejo construir a cidadania das mulheres. Para isso, faz-se necessária a implementação de uma política voltada para a igualdade de oportunidades entre os gêneros e que a própria administração se converta em um exemplo de respeito à essa concepção de respeito, por meio da política, a fim de que se crie uma cultura de trabalho sensível às desigualdades. Pretendemos que todo o planejamento do Plano Diretor, passando pelo Plano Plurianual, pela Lei de Diretrizes Orçamentárias e pelo Orçamento sejam elaborados com base em algumas orientações como, por exemplo, articulação política para que a temática se torne transversal; investimento financeiro que propicie a ampliação quantitativa e qualitativa dos serviços públicos e que possibilite a consolidação dos órgãos que coordenam o atendimento às demandas das mulheres no âmbito da saúde, combate à violência e saúde. Cuidar da cidade como um todo e tornar Manaus uma cidade mais segura e acolhedora também é parte das nossas propostas. Faremos uma administração para todos e todas.

Dora Brasil e Marcelo Amil, ambos do PCdoB, em campanha rumo à Prefeitura de Manaus (Foto: Divulgação)

 

O PODER – A baixa representatividade das mulheres no Executivo e Parlamento é reflexo da pouca participação feminina na política. Como mudar esse cenário?

Dora Brasil – Bem, esse fato não ocorre somente no Amazonas. A participação das mulheres nos espaços de poder caminha, no mundo todo, entre avanços e retrocessos. Como nossa administração será democrática e popular, pretendemos dialogar com os movimentos sociais de mulheres, para juntas viabilizarmos ações que contribuam com o empoderamento feminino, bem como fortalecer o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher para que ele tenha, efetivamente, condições de atuar no âmbito das formulações de políticas para as mulheres, inclusive em relação à participação delas nos espaços de poder. Espaços nos quais, historicamente, as mulheres foram colocadas na condição de cidadãs de segunda categoria.

O PODER – O que precisa ser trabalhado em Manaus a curto, médio e longo prazo numa eventual gestão do PCdoB?

Dora Brasil – A curto prazo, a arrecadação; a geração de emprego e renda. Em médio: saúde e educação e transporte coletivo. E ao longo, uma cultura de inclusão social, de paz, e melhoria do trânsito.

O PODER – A pandemia do novo coronavírus impactou diretamente na economia da cidade e gerou desempregos em diversos setores. Como vice-prefeita, que ações e medidas devem ser apresentadas para que esse cenário mude na capital amazonense?

Dora Brasil No meu entendimento, a crise já estava instalada antes da pandemia. Desde 2016 a crise econômica do país vem se aprofundando. Primeiro foi a “criação de uma crise política”, que acabou afetando a economia. A questão da economia não é uma questão local, todavia a administração municipal deve se posicionar ativamente em defesa do Polo Industrial de Manaus, por meio do diálogo permanente com as entidades representativas tanto dos trabalhadores quanto dos empresários. Incentivar os microempreendedores nos mais diversos setores econômicos também é importante na esfera municipal; a revitalização de espaços já existentes para a produção e comercialização artesanal; tratar mais e melhor a economia solidária. Estas são algumas das medidas a serem adotadas.

O PODER – O que a gestão atual, que finaliza em 31 de dezembro, ‘deixou a desejar’?

Dora Brasil – No âmbito das políticas sociais, a atual administração deixou muito a desejar, particularmente em relação ao combate à violência contra a mulher; moradores de rua e fortalecimento dos Centros de Referência da Assistência Social – CRAS; e os CREA’S – Centro de  Referência Especializada de Assistência Social. A organização do trânsito também foi pouco vista, embora tenham algumas obras que vão contribuir para isso, elas estão sendo realizadas no último minuto do segundo tempo da administração. Esses são alguns dos aspectos que vejo como lacunas.

 

 

Ana Flávia Oliveira, para O Poder

Foto: Reprodução/Facebook

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