Dando início a série de entrevistas do Portal O Poder com os candidatos a vice-prefeitos, pelo partido Novo, o empresário, Eduardo Costa (Novo), de 35 anos, abordou propostas e incentivos que busca para Manaus, nesses quatro anos de gestão, caso seja eleito ao lado do prefeiturável Romero Reis, do mesmo partido, além de desferir críticas a atual gestão e aos adversários políticos.
O PODER – O vice-prefeito, essencialmente, é uma função que auxilia o prefeito na gestão municipal e o substitui quando é demandado. Como o senhor pretende contribuir numa eventual gestão Romero/Eduardo?
Eduardo Costa – A minha contribuição principal, que eu venho ajudar, é implementar o “vale-creche”, que é o projeto que eu trouxe pro plano de governo do nosso prefeito e é o meu “projeto de estimação”. Vamos dizer assim: é o meu favorito. Eu vou estar à frente disso para acelerar essa implementação para que gere bastante vagas e creches para as crianças, utilizando a iniciativa privada. O Vale-creche nada mais é que isso: é a prefeitura pagando para as pessoas o valor da creche particular, isso para as pessoas que não conseguirem vagas na rede pública. Esse vai ser o principal foco e ajudar o prefeito em tudo mais que for necessário, quando ele se ausentar pra buscar investimento, conversar com Brasília, nós temos conexões com o governo federal e obviamente quando ele se ausentar, eu assumo a cadeira e nós estamos perfeitamente alinhados nisso para seguir o nosso plano de governo completo.
O PODER – O que Manaus precisa ser melhorada, em âmbito emergencial?
Eduardo Costa – Manaus tem muitos problemas emergentes, vários, mas dois deles são muito importantes porque mexe com vidas, que é saúde e a questão do esgoto. No entanto o mais rápido de ser resolvido é a saúde. Nós precisamos fazer as UBS funcionarem de maneira adequada e efetiva, esse é o papel da prefeitura. Papel da prefeitura não é fazer hospital, como tem candidato aí dizendo, isso é falta de preparo, isso é falta de transparência, de verdade. A prefeitura tem que fazer a Unidade Básica de Saúde funcionar, que pela crise do coronavírus, a gente verificou que não funciona bem. Essas Unidades Básicas de Saúde funcionando bem, a saúde básica vai ter uma atenção maior e vai poder resolver os problemas principais da nossa saúde porque 80% dos problemas podem ser resolvidos com prevenção na área da saúde, e para isso, a Unidade Básica de Saúde é crucial que funcione e isso é rápido de ser feito, basta um choque de gestão, de administração e colocar as pessoas certas nos locais certos, gerenciando as UBS e as equipes e isso pode ser rapidamente resolvido. E o esgoto também é emergente, a situação de Manaus é catastrófica nesse aspecto, é uma das piores cidades do país em termo de cobertura de tratamento de esgoto e nós precisamos fazer o contrato para Manaus Ambiental funcionar rapidamente para que cumpra todas as metas que estão lá.
O PODER – Os impactos negativos da Covid-19 em Manaus podem ser vistos, principalmente, na economia e na geração de emprego e renda. Quais medidas ou ações o senhor proporia para recompor este setor, em 2021?
Eduardo Costa – A gente tem que ter consciência de que, quem gera emprego, são os empresários, a iniciativa privada, seja o micro e pequenos empresários, que são responsáveis pelos 70% dos empregos, aquelas empresas que têm um funcionário ou dois, até cinco funcionários, até dez, são as empresas que mais geram emprego no país, isso não é diferente aqui em Manaus. Pra isso funcionar e rodar bem, a Prefeitura de Manaus precisa ser um parceira dessas pessoas e não uma inimiga como é hoje. A burocracia, hoje, é uma inimiga desses empresários porque dificulta tudo, dificulta alvará, dificulta imposto, dificulta licença e na nossa gestão isso não vai acontecer. A prefeitura vai ser parceira de todas essas empresas pequenas, incluindo blogs, que são empresas também, pra facilitar tudo. Além disso, nós temos alguns projetos um pouco estruturais. Os nossos planos especiais de governo, que vão trazer muito emprego na cidade por conta da natureza de desenvolvimento urbano desses projetos, por exemplo o projeto da “Ponta Branca”, que é a criação de uma espécie de Ponta Negra, uma estrutura urbanizada, bonita, pra passear, se divertir, praticar lazer e esportes, no Puraquequara. Vamos fomentar bastante a economia com muita geração de emprego porque a gente vai trazer recurso privado pra cá pra esse projeto especial e pra diversos outros que nós temos por meio do uso de recursos privados por que prefeitura não gera emprego. Todos os candidatos que falam isso são políticos de carreira, nunca trabalharam gerindo empresa, não sabem como funciona o mercado e gostam de fazer essas promessas vazias.
O PODER – Nas últimas gestões municipais, os ex-vices-prefeitos eventualmente atuaram como secretários municipais na estrutura do Poder Executivo Municipal. Qual será a sua participação no Executivo? Planeja comandar alguma secretaria ou órgão?
Eduardo Costa – Nós somos do partido Novo, então o partido não aceitaria um vice-prefeito que não é atuante. Então pretendo atuar, sim, na gestão do prefeito Romero (Reis), assim que a gente assumir. Vamos assumir secretaria, sim, ainda vai ser definido qual será. Dependendo do quadro das pessoas que aparecerem no processo seletivo pra nós escalarmos a nossa equipe de ponta, mas a minha preferência, por conta do meu projeto vale-creche, é a Secretaria de Educação. Se não for na Secretaria de Educação pode ser na Secretaria de Administração, porque são áreas que eu entendo.
O PODER – O que deve ser levado em consideração, em questão de longo prazo, para a cidade de Manaus?
Eduardo Costa – Manaus tem problemas estruturais que outras cidades não possuem, então existem algumas coisas que, em longo prazo, nós pretendemos colocar em andamento, de maneira urgente, o esgoto é um deles, infelizmente não é fácil e rápido de resolver o problema, mas é preciso avançar 40% nos próximos quatro anos; 10% ao ano, é viável de fazer isso na cobertura de esgoto na cidade. Hoje a cidade tem 12% de cobertura de esgoto, precisa avançar 10% por ano, essa é a nossa meta. Além disso, Manaus tem um problema crônico do trânsito, é um problema difícil e demorado de resolver, então nós já estamos analisando tudo que será feito, amplo e profundo de engenharia de trânsito na cidade de Manaus, pra avaliar quais as vias precisam ser trocadas, onde podemos criar direitas livres, onde precisa de obra, de fato, o estudo vai indicar isso, e não ficar dizendo que vai fazer passagem de nível e viaduto na Bola do Produtor e em outros locais só porque sabe que ali congestiona. Tem candidato falando isso, o que demonstra como são pessoas despreparadas. São apenas populistas.
O PODER – Na sua opinião, o que a atual prefeitura deveria ter melhorado e não conseguiu?
Eduardo Costa – As UBSs deveriam estar funcionando, esse é o principal problema que nós tivemos na questão do coronavírus, por isso que tantas pessoas sofreram em não conseguir atendimento. As UBS deveriam estar funcionando de maneira adequada, o médico tem que chegar e trabalhar de 7h às 19h, em horário estendido. Tem que ter equipes à disposição, com pediatra, com médico, com dentista, com enfermeiro, técnico de enfermagem, auxiliar de enfermagem, isso é obrigatório para que a UBS funcione. Então, por conta disso, como a saúde sempre foi importante, mesmo antes do coronavírus, acredito que esses deveria ter sido a questão que a atual administração deveria ter resolvido e não conseguiu resolver. Obviamente, tem outras questões muito importantes. O nosso asfalto, por exemplo, é um fruto de máfia, todo ano acontece a mesma coisa, passa-se aquele tapa-buraco ridículo e depois de um ano está tudo esburacado de novo.
Ana Flávia Oliveira, para O Poder
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