Uma eleição diferente, em que a sombra de um vírus letal acompanhou todo o período eleitoral e modificou o status quo de se fazer campanha política, não só em Manaus, mas em todo o país. Assim está sendo o pleito municipal de 2020, que finaliza logo mais à noite, quando a população de Manaus conhecerá seus futuros gestores: prefeito e vice, que irão comandar esta metrópole para os próximos 4 anos.
Uma eleição em que restrições foram a tônica do momento, o que potencializou uma campanha muito mais digital, mais tecnológica, mais virtual, em que os candidatos tiveram que reinventar o tradicional “corpo a corpo” para um diálogo muito mais remoto e, em tempo real com o eleitor.
A disputa pela Prefeitura de Manaus, uma cidade com mais de 2 milhões de habitantes, com problemas cotidianos históricos e, aparentemente, sem soluções, com um orçamento estimado em 2021 de R$ 6,5 bilhões, teve 11 aspirantes a prefeito, mas somente dois passaram pelo funil.
Decano
Amazonino Mendes, candidato do Podemos, decano da política amazonense, com 81 anos de idade, e taxado, rotineiramente, de “pai político” de todos os políticos que vieram posteriores a ele, tenta seu quarto mandato de prefeito de Manaus.
Amazonino, aliás, já possui seu nome gravado na história política, social, cultural e urbana do Estado do Amazonas. Ele já conseguiu o feito de ser governador quatro vezes do Estado, um dos poucos com esse título no país. Já foi também três vezes prefeito de Manaus e senador da República.
Ascensão
Na outra ponta, aparece no páreo o candidato David Almeida, do Avante, partido o qual dirige no Amazonas.
Aos 51 anos de idade, o ex-deputado estadual e ex-presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), se mostra um político em ascensão.
Num intervalo de 14 anos, ele saiu do anonimato e da profissão de motorista particular, para deputado estadual, líder de governo, presidente do Parlamento estadual, governador interino por quatro meses e, adversário do político mais experiente deste Estado.
Disputas pessoais
Os caminhos de Amazonino e David, no entanto, não se cruzaram agora, neste pleito. Os dois vêm travando disputas internas há pelo menos 3 anos, desde a eleição suplementar no Amazonas, quando David teve frustrado, pelo seu antigo partido, o seu desejo de disputar o cargo e, Amazonino, ressurgiu de sua “aposentadoria” momentânea, se elegendo governador pela quarta vez.
Um ano depois, na eleição de 2018, já “fortalecido” em outro partido, David disputou o governo do Estado e, Amazonino, a reeleição.
Nenhum dos dois se saíram bem. David saiu da disputa ainda no primeiro turno, após o resultado desta fase e, Amazonino, foi derrotado pelo atual governador, Wilson Lima (PSC), no segundo turno do pleito.
Agora, em 2020, como se fosse uma “revanche”, lá estão os dois, de novo, disputando mais uma vez o cargo do Poder Executivo.
E o favoritismo dos dois vêm sendo alardeado desde o início do ano, mostrado pelas pesquisas eleitorais. Sempre na primeira e segunda posições. Fatos que foram confirmados no resultado do primeiro turno, quando Amazonino confirmou o primeiro lugar e, David, a segunda vaga.
Mas, neste segundo turno, tudo recomeça. As últimas pesquisas têm mostrado empate técnico entre os adversários, o que indica que a disputa será voto a voto e, conforme o ânimo do eleitor ir votar.
O dever e o direto dos cidadãos
São esperados mais de 1,3 milhão de eleitores nas urnas neste domingo, em Manaus e, mais do que a disputa pelo poder, o que está em jogo é o futuro de uma população que precisa ser tratada com mais carinho e com maior rigor nas ações projetadas à cidade pelos governantes.
O que está em jogo é uma melhor educação para os estudantes de Manaus, uma saúde mais inclusiva, um transporte que realmente leve qualidade de vida aos seus usuários e, um serviço mais eficaz para a população de Manaus que merece e que luta diariamente.
Que os candidatos tenham em mente a verdadeira função de um prefeito e o verdadeiro dever para com seu povo.
Que o eleitor tenha em mente, o poder que tem nas mãos: o voto e, que votem consciente neste domingo de eleição.
Estamos fazendo história.
A sorte está lançada!
Valéria Costa, para O Poder
Fotos: Divulgação