Neste domingo, 29, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, disse que o Supremo Tribunal Federal (STF) já decidiu que é inconstitucional a adoção novamente do voto impresso no país e destacou que a iniciativa, se adotada, “representaria um risco real” para o sigilo do voto.
“Objetivamente não existe hoje no Brasil a possibilidade do voto impresso”, disse Barroso em resposta a um questionamento feito em entrevista coletiva de balanço das eleições que citou defesa feita pelo presidente Jair Bolsonaro dessa forma de votação.
“Portanto, respeitando a opinião do presidente, o voto impresso traria grande tumulto ao processo eleitoral brasileiro porque todo candidato derrotado iria pedir recontagem, impugnações e judicialização do processo eleitoral”, acrescentou.
O presidente do TSE citou que a re-implantação do voto impresso teria ainda um custo de 2 bilhões de reais.
Na coletiva, após ser questionado sobre falas de fraude do sistema Bolsonaro, Barroso reafirmou que não há essa possibilidade no atual sistema.
“Agora, eu não tenho controle sobre o imaginário das pessoas. Tem gente que diz que a terra é plana, que o homem não chegou na Lua, tem gente que acha que o Trump venceu as eleições nos Estados Unidos. Esse é o imaginário sobre o qual eu não tenho poder”, disse.
“Não há objetivamente forma de você fraudar sem que seja detectado. Não há nenhuma perda de credibilidade. Sistema está aí desde 1996”, reforçou.
Conteúdo: Reuters
Foto: Divulgação/TSE