Num curto intervalo de 33 dias, 1.042 pessoas morreram vítimas do novo coronavírus e outras 39.683 foram infectadas pelo vírus em todo o Estado do Amazonas, segundo dados extraídos dos boletins diários emitidos pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM). Os números alarmantes colocam à prova, novamente, a rede de saúde do Estado, que entrou em novo colapso com a falta de oxigênio medicinal provocando o desespero de familiares de pacientes que observam seus entes perderam a vida asfixiados.
No dia 13 de dezembro do ano passado, o Amazonas cravava 5.001 mortos em decorrência do vírus, sendo 3.187 de Manaus e 1.814 do interior do Estado. Do dia 13 de dezembro de 2020 a 15 de janeiro deste ano, o Amazonas registrou mais 1.042 mortos, chegando à marca, nesta sexta, de 6.043 óbitos em decorrência do vírus desde o início da pandemia no Estado, há dez meses.
Logo após as eleições municipais, quando foram realizadas caminhadas, carreatas e reuniões com aglomerações de pessoas, e os dias que antecediam as festas de fim de ano, o Amazonas voltou a registrar o aumento do número de casos.
Comércio
Diante desse aumento, o governo do Amazonas chegou a publicar um decreto com novas medidas restritivas ao comércio no período de 26 de dezembro a 10 de janeiro, mas após pressão de comerciantes voltou atrás e revogou parte do decreto liberando o funcionamento do comércio de 8h às 16h.
Com o aumento expressivo, o Ministério Público do Amazonas (MP-AM) entrou com ação na Justiça estadual pedindo o fechamento de serviços não essenciais por 15 dias. O pedido foi aceito pelo juiz plantonista do TJ, Leoney Fligiuolo Harraquian.
Festas clandestinas
No período de confraternizações, o número de casos seguiu aumentando influenciado pelo o afrouxamento das medidas restritivas. Neste mês, a titular da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), Rosemary Costa Pinto, afirmou que festas clandestinas, aglomerações e o não uso máscaras colaboravam para o aumento de registros de casos.
Nos três últimos dias de 2020, a FVS registrou mais de 1.400 casos novos da Covid-19 em todo o Amazonas.
Reinfecção
Na quarta-feira, 13, a FVS confirmou o primeiro caso de reinfecção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) no Estado. O diagnóstico ocorreu por meio de sequenciamento genético realizado pela Fundação Osvaldo Cruz, unidade Amazonas (Fiocruz). Especialistas afirmam que essa variação é ainda mais contagiosa e talvez seja uma dos fatores que contribuiu para a explosão dos casos do novo coronavírus.
Janeiro
Levando em consideração os números divulgados pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas no início da noite desta sexta-feira, 15, apenas no mês de janeiro, 758 pessoas morreram.
Segundo pico
Neste mês, o Amazonas chega ao segundo pico do novo coronavírus e parentes de estão em desespero com a falta de cilindros de oxigênio para pacientes de Covid. O governador Wilson Lima, do PSC, anunciou, ontem, 14, a transferência de pacientes para unidades de saúde de outros Estados para continuidade no tratamento, visto que o sistema de saúde do Estado está em colapso.
Álik Menezes, para O Poder
Foto: Reuters