Em uma solenidade simbólica, na noite desta segunda-feira, 18, o governador Wilson Lima (PSC), começou, oficialmente, a vacinação contra a Covid no Estado do Amazonas, ao dar o “start” com a primeira pessoa a receber a vacina: Vanda Ortega, uma profissional de saúde, técnica em enfermagem e, indígena, da etnia Witoto.
Em entrevista coletiva na noite desta segunda, Lima confirmou a chegada de mais de 300 mil doses da vacina contra o vírus, mas não anunciou o Plano Estadual de Imunização contra a Covid-19, que seria feito oficialmente, hoje, mas se limitou a fazer agradecimentos e reforçar as ações que o governo têm desenvolvido.
Logo no início, Lima garantiu que a questão do desabastecimento de oxigênio foi “equacionada” na capital amazonense e segue para ser também resolvida nos municípios do interior do Amazonas.
Na prática, o governador informou que a vacinação com as doses recebidas ocorrerá em duas fases. “A primeira dose agora e a segunda depois de 20 dias”, informou.
O governador afirmou que durante reunião com o ministro da Saúde nesta segunda-feira, em Brasília, pediu que o governo federal destine maior quantidade de doses para o Amazonas das vacinas que devem chegar ainda essa semana da Índia, um total de 2 milhões de doses. “Precisamos imunizar o maior número de pessoas no Amazonas”, disse Lima ao destacar o período gripal e desafios como a mutação do vírus no Estado.
Lima também afirmou que o presidente Jair Bolsonaro garantiu total apoio ao Amazonas como a ampliação da rede hospitalar, insumos e suprimentos.
Conforme o governo, os primeiros a receber a imunização no Estado deverão ser os profissionais de saúde, idosos que residem em instituições de longa duração (asilos), indígenas aldeados e pessoas com deficiência.
Prefeitos do interior também participaram da solenidade e receberam simbolicamente as vacinas que serão enviadas aos municípios.
Escolha emblemática
A técnica em enfermagem Vanda Ortega, da etnia Witoto, foi a primeira vacinada contra a Covid-19 na campanha de imunização do governo do Amazonas, na noite desta segunda-feira. Logo após ser vacinada, a profissional da saúde da agradeceu a bênção recebida, mas aproveitou o espaço para fazer duras críticas e, ao lado do governador, cobrou ações para os povos indígenas.
“Nós estamos montando um hospital de campanha por nossos próprios esforços dentro da comunidade e a gente precisa do seu apoio, a gente já conversou sobre isso e quero que esse Estado olhe para essas populações aqui. Os nossos povos são historicamente muito negados, negados por esse sistema de poder, mas nós queremos nesse momento histórico que a vacina chegue para os nossos povos na cidade também. Isso é uma luta do nosso movimento indígena e precisa ser garantido, que esses povos sejam comtemplados com essa vacina. Ela é importante para nós, cuida dessas populações que estão aqui na cidade, há uma precariedade junto a essas comunidades, que precisa ser olhada. Nesse momento de pandemia, as nossas comunidades não tem água potável, é preciso olhar para essas questões”, disse.
Álik Menezes, para O Poder
Foto: Secom