Um estudo detectou que duas pessoas foram infectadas simultaneamente por linhagens diferentes do novo coronavírus, no Rio Grande do Sul. A pesquisa também identificou uma nova linhagem do vírus.
Os cientistas são do Laboratório de Microbiologia Molecular da Universidade Feevale, em Novo Hamburo, e do Laboratório Nacional de Computação Científica, no Rio de Janeiro.
“A preocupação é porque a mistura de genomas de diferentes vírus coinfectando o mesmo indivíduo, a chamada recombinação, é um dos fenômenos que está na base da evolução de coronavírus. Mas, apesar da coinfecção, os dois pacientes tiveram um quadro de covid-19 de leve a moderado e se recuperaram sem a necessidade de hospitalização”, explicam os pesquisadores por meio de nota.
Além dos dois casos de coinfecção, o estudo identificou cinco linhagens do novo coronavírus que estão circulando no Rio Grande do Sul, sendo uma nova, denominada VUI-NP13L.
“Os estudos realizados com amostras do Rio Grande do Sul geram preocupação devido à possibilidade de dispersão do vírus para outros Estados e países vizinhos da América do Sul. A Região Metropolitana de Porto Alegre concentra o maior número de casos, por isso a análise do genoma ajuda a entender melhor a dinâmica, a estrutura populacional e as cadeias de transmissão locais do vírus”, disseram.
Para o estudo foram coletadas amostras de pacientes de 40 municípios do Rio Grande do Sul. Para esse estudo, foram selecionadas 92 amostras com faixa etária de 14 a 80 anos, sendo 50% homens e 50% mulheres.
Os cientistas informam que estão conduzindo experimentos in vitro com a nova linhagem. “Esses experimentos incluem isolamento viral e investigação sobre neutralização ou não por anticorpos presentes no soro de pacientes infectados e recuperados”.
Conteúdo: R7
Foto: Reprodução/AgênciaBrasília/AcácioPinheiro