Aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e apadrinhado pelo senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), Rodrigo Pacheco (DEM-MG) confirmou o favoritismo e se elegeu como o novo presidente do Senado já no primeiro turno da eleição.
Foram 57 votos para Pacheco contra 21 para Simone Tebet (MDB-MS).
Sua principal concorrente acabou se tornando uma candidata independente após ser preterida pelo próprio partido. A eleição para a presidência da Câmara acontece hoje ainda, mais tarde.
Pacheco construiu uma base de apoio sólida, com 11 partidos, tanto governistas quanto da oposição, como o PT e a Rede. Alcolumbre foi o principal articulador da campanha de Pacheco e investiu em manejar cargos importantes do Senado nas mãos dos principais apoiadores de sua gestão.
Uma estratégia da campanha de Pacheco foi costurar apoios antes mesmo que o MDB tivesse lançado um candidato. Quando Simone foi anunciada, bancadas partidárias que ela tinha como apoios certos já estavam rachadas, como o Podemos e o PSDB.
A pá de cal à candidata aconteceu quando parte do MDB preferiu se aliar a Pacheco e a Alcolumbre em busca de melhores cargos no Senado aos quais provavelmente não teriam acesso se continuassem apoiando Simone.
Quando emedebistas perceberam que ela não conseguiu juntar todo o apoio esperado, a bancada foi liberada e seus senadores passaram a negociar espaços com Alcolumbre.
Parte de parlamentares que não se juntaram a Pacheco alegam que o Planalto também agiu nos bastidores oferecendo cargos na administração pública e a operacionalização de recursos em troca de apoio ao candidato.
As últimas semanas foram recheadas de acusações de interferências do Planalto nas eleições do Senado e da Câmara dos Deputados. Em discurso antes de ser eleito, Pacheco defendeu a independência do Senado perante os demais Poderes e buscou se mostrar como um pacificador.
Pacheco disse que, se fosse eleito, se guiaria pelo tripé de “saúde pública, desenvolvimento social e crescimento econômico”, com ações de combate aos efeitos socioeconômicos negativos causados pela pandemia do novo coronavírus.
Ele ainda se comprometeu a convocar reuniões da Mesa Diretora do Senado e discutir as pautas da Casa em conjunto com o colégio de líderes partidários de forma regular. A falta desses encontros, como gostariam, é uma crítica constante de parte dos senadores atualmente.
Conteúdo: UOL
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