Com a maior bancada na Câmara, o PT pretende usar sua preferência nas escolhas de comissões para fazer um contraponto à política externa de Jair Bolsonaro (sem partido).
O partido vai reivindicar a Comissão de Relações Exteriores, até este ano comandada pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente.
O indicado da legenda de oposição será Arlindo Chinaglia (PT-SP), que comandou a Casa entre 2007 e 2009.
A comissão é estratégica para a oposição, pois poderá servir para contestar medidas adotadas pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que é ligado à ala ideológica do governo.
O colegiado é responsável por analisar a maioria dos tratados internacionais firmados pelo país e por aprovar projetos que tratam do assunto.
Foi na gestão de Eduardo, por exemplo, que a comissão deu aval para utilização comercial do Centro Espacial de Alcântara, no Maranhão.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), já estabeleceu que o principal colegiado da Casa, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), será do PSL. O partido indicou o nome de Bia Kicis (DF) para a vaga.
Em 2019, Eduardo foi um “eco” do chefe do Itamaraty no Congresso. Os dois fizeram coro em críticas à China e ao alinhamento aos Estados Unidos.
Conteúdo: Estadão
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