Mesmo com alta demanda por leitos neste período da pandemia do novo coronavírus, o governo do Amazonas, por meio do Sistema de Regulação, promoveu a remoção de 3.689 pacientes de leitos de menor complexidade para os de maior complexidade, entre 1º de janeiro a 7 de fevereiro. A expectativa é de que a rotatividade aumente uma vez que o Estado está ampliando a oferta de leitos.
As remoções foram aéreas e terrestres, tanto para leitos clínicos quanto para leitos de UTI, e ocorreram entre unidades da capital; entre unidades do interior e Manaus e do Amazonas para outros Estados. Nos casos das remoções interestaduais, as transferências contaram com o apoio do governo federal por meio do Ministério da Saúde e Força Aérea Brasileira (FAB).
Segundo a secretária-executiva adjunta de Políticas em Saúde, da Secretaria de Estado da Saúde (SES-AM), Nayara Oliveira Maksoud, apesar da demanda ser maior que a oferta de leitos, as mais de 3,6 mil remoções mostram que um número considerável de pacientes teve acesso à assistência de maior complexidade que necessitavam.
“Os números mostram a movimentação de pacientes de um nível de complexidade menor para outro nível de maior complexidade, fazendo com que a Regulação seja protagonista do processo no momento em que a gente depende da expansão de leitos. Na hora que a gente aplica o manejo clínico adequado, na hora que você tem um protocolo de alta, como foi construído pela equipe técnica de Saúde, a gente consegue fazer com que haja uma maior rotatividade de leitos”, avalia Nayara.
De acordo com a coordenadora do Complexo Regulador, Keila do Valle, do total de remoções, 163 foram de UTI aérea do interior para a capital. “Onde tem pista homologada pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), onde nós possamos pousar, nós buscamos o paciente. É o caso de Parintins, Itacoatiara, Tabatinga e Eirunepé. Nos municípios mais próximos, como Manacapuru, Iranduba, Rio Preto da Eva, os pacientes vêm de ambulância”, explicou Keila.
Não é tão simples fazer uma remoção do interior para a capital, destacou a coordenadora. Além de alguns municípios não terem pista homologada, nos casos onde não há pista de pouso, é necessário o uso de hidroavião equipada com suporte de UTI.
Keila destacou que o quadro clínico do paciente é avaliado de forma rigorosa para evitar que, no transporte, o paciente tenha o quadro de saúde agravado. “O médico regulador e uma equipe de médicos do Complexo fazem a classificação de risco do paciente antes de ser transferido. Essa classificação é inserida no Sistema de Transferência de Emergência Regulada, o Sister. E, no caso das remoções aéreas, de acordo com a classificação de risco do paciente é montado, junto com a empresa contratada de UTI aérea, um plano de voo”, disse.
Prioridade
Keila ressaltou que o Estado está cumprindo as decisões judiciais que determinam a remoção de pacientes do interior para a capital; e destacou que todas as remoções precisam levar em conta critérios de classificação de risco, avaliação feita pela equipe de Saúde, além de critérios de prioridade.
A remoção de pacientes que estão em UPAs e SPAs é a prioridade um, porque essas unidades têm menor estrutura de suporte à vida. Outro critério da classificação de risco é o risco de morte do paciente. A regra é que o paciente mais grave tenha prioridade sobre o menos grave, porém esse paciente precisa estar estabilizado para ser removido. Se estiver instável, aguarda-se a sua estabilização.
Também existem critérios para a remoção de pacientes da rede privada para a rede pública. “Agora, no período de pandemia, recebemos muitas solicitações para retirar o paciente do leito da unidade privada para mandar para o leito público, porque o paciente não tinha condições de continuar arcando com as despesas do hospital”, explicou Keila.
Da Redação O Poder
Com informações da Secom
Foto: Secom