Dias após 10 mil funcionários de bares e restaurantes serem demitidos na capital amazonense, o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-AM), Fábio Cunha, estima que outros 10 mil percam seus empregos devido à crise pandêmica da Covid-19.
Para o presidente da associação, as demissões só serão impedidas com a edição de um decreto que libere o setor de alimentação de consumo presencial a funcionar. “A gente estima aí que mais 10 mil empregos ainda vão ser perdidos se o decreto não possibilitar a metade das empresas, que ainda estão fechadas por não fazer delivery, por não ter condições de fazer delivery, voltarem a funcionar”, garante.
O empresário e representante da categoria afirma que não há mais como manter os salários dos funcionários com os estabelecimentos de portas fechadas.
“Não dá para a gente continuar pagando colaborador sem nenhum auxílio, sem nenhuma contrapartida. Não dá para continuar porque não tem nenhum faturamento. A gente precisa de um planejamento para o retorno das atividades”, destacou.
Desde o início da pandemia, o mês de janeiro desse ano foi o período mais crítico para o setor, segundo Cunha.
“As dívidas que foram acumuladas e empréstimos, que foram feitos, eles somaram com os prejuízos. Os prejuízos são o aluguéis, que estão atrasados, os fornecedores, os colaboradores que nós estamos ainda segurando dentro da empresa sem trabalhar”, justificou.
Prejuízos em 2020
Segundo Fábio Cunha, apenas no ano passado 160 mil pessoas ficaram desempregadas, sendo 80 mil empregos diretos e 80 mil indiretos.
“Nós estimamos que desde o começo da pandemia até o final do ano, em dezembro, praticamente 40% das empresas fecharam. As demissões a gente estima 30% da quantidade de colaboradores”, disse Cunha.
Álik Menezes, para O Poder
Foto: Free Photos