A Argentina foi o primeiro país latino-americano a apostar na russa Sputnik V para a vacinação em massa contra a covid-19.
Apesar da rápida escolha e aprovação do imunizante, começou a campanha de vacinação em meio a polêmicas, anúncios contraditórios, falta de informação sobre a vacina e atrasos na chegada das doses.
Em dezembro, o presidente Alberto Fernández disse que a estimativa era de até o final de fevereiro contar com o suficiente para imunizar 10 milhões de pessoas.
Mas, hoje, as doses de Sputnik V totalizam apenas 1,2 milhão, número que chega para apenas 600 mil pessoas. Até a última quinta,18, 243 mil pessoas tinham recebido duas doses.
A promessa acima, feita em 10 de dezembro, não foi cumprida. Dias depois, Putin afirmou que não se vacinaria, já que o imunizante só tinha sido autorizado para pessoas com idades entre 18 a 60 anos.
O russo tem 68 anos, Fernández, 61.
Eficácia da Sputnik V
Segundo estudos preliminares publicados pela revista Lancet, a Sputnik V tem eficácia superior a 91% contra a doença.
‘Há 20 dias, me acusaram de envenenar as pessoas e agora me pedem veneno para todos os argentinos’, disse Fernández.
No dia 23 de dezembro, a Anmat (Administração Nacional de Medicamentos, Alimentos e Tecnologia Médica), recomendou que o Ministério da Saúde autorizasse emergencialmente o imunizante do Instituto Gamaleya.
No mesmo dia, um avião partiu de Moscou com 300 mil doses da Sputnik V rumo à Argentina, onde aterrissou na véspera do Natal.
Fernández se vacinou apenas em 21 de janeiro, dois dias depois de a Anmat recomendar que o Ministério da Saúde autorizasse emergencialmente o imunizante para maiores de 60 anos.
Conteúdo: UOL
Foto: El País