Indicado como uma medida de prevenção à covid-19, o lockdown foi considerado pelo Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) como “ineficaz”. A afirmação é baseada no avanço da doença no Amazonas, entre 30 e 45 dias após o primeiro lockdown. A medida no Estado era aplicada entre 19h e 6h, como forma de evitar aglomerações e, assim, reduzir os casos de covid-19 na população.
Por meio de nota, o CRM-DF afirmou que o lockdown foi uma medida extrema para evitar a propagação do novo coronavírus, mas, sua aplicação não mostrou resultado positivo, tanto no Brasil, quanto em outros países.
“O isolamento total na Itália, por exemplo, contaminou as pessoas de mais idade, além de provocar um desequilíbrio econômico, financeiro e psicoemocional na população de uma maneira geral, não mostrando resultado eficaz”, diz outro trecho da nota.
CRM-AM acompanha
O presidente do Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CRM-AM) e do Sindicato dos Médicos no Amazonas (Simeam), Mário Viana, também não avaliou o lockdown como recomendável.
O lockdown, de acordo com o Sindicato, resultou, também, na falta de atendimento a outras patologias, como as doenças crônicas, diabetes, hipertensão, além de óbitos não relacionados aos casos de Covid-19.
O Sindicato dos Médicos finaliza a nota dizendo que apoia que medidas sanitárias de afastamento social como lavar as mãos, usar máscara, álcool em gel e evitar aglomeração para diminuir o risco de transmissibilidade da doença.
Amazonas
O Portal O Poder entrou em contato via aplicativo de mensagem com a Secretaria de Comunicação do governo (Secom), mas até o fechamento desta edição não obteve resposta.
Confira a nota da entidade
O Sindicato dos Médicos do Amazonas (Simeam) acredita que o lockdown é uma medida extrema para a tentativa de evitar a propagação do novo coronavírus. A aplicação de tal medida não mostrou resultado positivo, tanto no Brasil, quanto em outros países.
O isolamento total na Itália, por exemplo, contaminou as pessoas de mais idade, além de provocar um desequilíbrio econômico, financeiro e psicoemocional na população de uma maneira geral, não mostrando resultado eficaz.
A medida provocou, também, a falta de atendimento a outras doenças, como as doenças crônicas, diabetes, hipertensão, e com isso, podem ter ocorrido agravamentos e mortes, indo muito além dos casos de Covid-19.
De acordo com o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, a entidade recomenda como forma principal de combate à pandemia medidas como detecção de casos, testagem em massa, rastreamento de contatos, quarentena para os infectados, higienização e máscaras.
O Sindicato dos Médicos apoia que medidas sanitárias de afastamento social (lavar as mãos, usar máscara, álcool em gel e evitar aglomeração), essas sim devem ser as alternativas que podem evitar a transmissibilidade da doença.
Augusto Costa, para O Poder
Foto: Divulgação