Mesmo prejudicada pela falta de insumos durante a pandemia de covid-19, a indústria de bicicletas instalada no Polo Industrial de Manaus (PIM) produziu 56.078 unidades. O número corresponde ao montante fabricado em fevereiro, de acordo com dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo).
Conforme a entidade, o volume é 1,6% inferior ao registrado em janeiro (56.981 unidades) e 7,2% menor na comparação com as 60.398 unidades produzidas no mesmo mês do ano passado. No primeiro bimestre deste ano, foram feitas 113.059 bicicletas, o que representa uma retração de 3,2% na comparação com o mesmo período de 2020 (116.808 unidades).
De acordo com o vice-presidente do segmento de bicicletas da Abraciclo, Cyro Gazola, o agravamento dos casos de coronavírus em Manaus, no início deste ano, foi a principal causa da queda de volume da produção. “Todas as fábricas precisaram readequar seus turnos de produção e ajustar as programações para atender à determinação do governo estadual que restringiu a circulação de pessoas para conter a pandemia”, comenta.
Efeitos da pandemia
Para o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo, embora alguns setores tenham “enfraquecido” desde o início da pandemia, é necessário rever estratégias. “Houve muitas dificuldades entre todos os setores da indústria. As fábricas sentiram muito os efeitos, principalmente, devido ao desabastecimento de materiais”, afirmou.
“Novas medidas poderão ser adotadas pelas empresas a fim de evitar o desemprego e até mesmo o encerramento das atividades no parque fabril local”, completou Azevedo.
Na avaliação de Cyro Gazola o setor ainda deve sofrer com a escassez de peças até o terceiro trimestre deste ano. “A demanda por bicicletas cresceu no mundo todo e os fornecedores globais de componentes não conseguem atender aos nossos pedidos nem de outros países”, explica. “Cerca de 50% das peças de uma bicicleta são importadas. Há alguns anos, a Abraciclo e suas associadas vem trabalhando com fornecedores locais para reduzir essa parcela, no entanto, ainda somos muito dependemos dos componentes importados”, afirma o vice-presidente do segmento de bicicletas da Abraciclo.
Alyne Araújo, para O Poder, com informações de assessoria
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