Em Audiência Pública na manhã desta sexta-feira, 26, na Câmara Municipal de Manaus (CMM), o discurso do vice-presidente da Manaus Energia, Radyr Gomes de Oliveira, foi interrompido pelo vereador Amom Mandel (Podemos), que o desmentiu. A ação foi logo após o dirigente afirmar que a concessionária obedece todas as leis.
“Eu acabei de ligar para o 0800 da Amazonas Energia. Passei oito minutos esperando, enquanto tocava uma musiquinha. Ainda agora, falaram que o consumidor pode ligar a qualquer momento. Conforme a lei dos SACs (Serviços de Atendimento ao Consumidor), os clientes devem ser atendidos em 60 segundos. Eu passei oito vezes mais que o tempo permitido”, explicou o parlamentar. “Se aconteceu comigo, pode acontecer com qualquer consumidor”, complementou.
Mandel continuou expondo as incoerências de Radyr Gomes de Oliveira. “É um absurdo que uma pessoa se preste a vir à esta Casa, em uma Audiência Pública, declare uma mentira como essa”, finalizou o vereador.
Outros parlamentares e representantes de órgãos concordaram com Mandel, ao exemplificar situações em que a lei não foi cumprida pela distribuidora de energia.
“Não é verdade que está sendo cumprida rigorosamente a legislação”, disse Manoel Almeida, membro da Comissão de Defesa do Consumidor da Ordem de Advogados do Brasil no Amazonas (OAB), também em seu discurso. Ele exemplificou situações de corte no fornecimento de energia e cobrança indevida de contas.
“A questão é que quando a pessoa chega à Amazonas Energia para fazer um protesto contra uma cobrança indevida, ela é coagida a assumir um débito que não é dela. Negocia com juros extorsivos e abusivos”, denunciou o advogado.
Defesa
Em defesa da Distribuidora, o vice-presidente, Radyr Gomes de Oliveira, falou que eles podem cometer erros, mas sempre irão pensar no bem-estar do cliente.
“Realmente vereador, o senhor tem razão. Chamei aqui uma moça e mandei ligar para o 0800 e comprovei que não está bom. Levou um tempo até que fosse atendida”, admitiu.
O representante afirmou que conversará com o diretor comercial da distribuidora para aplicar melhorias no Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC).
“Eu não estou aqui para omitir ou mentir. Estou há 43 anos na empresa e passei por todas as fases dela. Jamais me propus a isso”, desabafou.
Priscila Rosas, para O Poder
Foto: Robervaldo Rocha/CMM