O Instituto Butantan admitiu que utilizou tecnologia norte-americana para obter o vetor viral da ButanVac. A vacina contra a covid-19 foi anunciada como “100% brasileira” horas antes pelo governador João Doria (PSDB-SP), nessa sexta-feira, 27.
Doria declarou, em entrevista coletiva nesta manhã, que o imunizante “é a 1ª vacina 100% nacional, integralmente desenvolvida e produzida no Brasil pelo Instituto Butantan”. Horas depois, o jornal A Folha de S. Paulo divulgou reportagem contestando a informação.
A ButanVac usa como vetor a variante da doença de Newcastle. A tecnologia para produzir vacinas com esse vírus específico é do Instituto Mount Sinai, dos Estados Unidos. O fato foi omitido na coletiva de imprensa do Butantan e do governo de São Paulo.
Só depois da publicação da notícia da Folha, o Butantan admitiu ter “parceria e a licença de uso e exploração de parte da tecnologia que foi desenvolvida pela Icahn School of Medicine do Hospital Mount Sinai de Nova Iorque, para obter o vírus”.
O instituto argumenta: “não se tem uma vacina apenas com essa tecnologia de obtenção do vírus”. Afirma que há outras etapas no desenvolvimento do imunizante e volta a dizer que “a ButanVac é brasileira”.
Conteúdo: Poder 360
Foto: Reprodução Governo de SP