novembro 21, 2024 15:26

Brasil perdeu 1,94 ano de expectativa de vida na pandemia; Região Norte tem pior situação

A epidemia de Covid-19 já fez com que os brasileiros perdessem 1,94 ano na expectativa de vida ao nascer, e em alguns Estados essa piora passa de 3 anos, de acordo com um estudo liderado pela pesquisadora brasileira Márcia Castro, da Escola de Saúde Pública da Universidade Harvard.

Os estudos, publicados no site Medrxivm em pré-publicação da área de saúde, e mostra que, apenas com os dados de mortalidade pela Covid-19 no ano passado, a redução na expectativa do brasileiro pode passar de 3 anos em cinco unidades da Federação. A maior delas, o Distrito Federal que, apesar de ter a maior renda per capita do país, perdeu 3,68 anos.

O estudo de Castro não incluiu ainda os dados da epidemia de 2021, quando a situação no Brasil piorou muito e as mortes bateram recordes diários. Entre 31 de dezembro de 2020 e domingo agora, o número de mortes pela Covid-19 no país passou de 195.072 para 373.335, um aumento de 91,4%, o que deve ter novo impacto na expectativa de vida este ano.

Pior Situação

A região Norte do país tem a pior situação. Lá, a população de três dos sete Estados — Amazonas, Roraima e Amapá —perdeu mais de três anos na expectativa de vida.

“Na média, as maiores quedas na expectativa de vida foram observadas nos Estados do Norte, e as menores, no Sul e no Nordeste. Os Estados do Norte e do Nordeste tem os piores indicados de desigualdade de renda, pobreza, acesso à infraestrutura, disponibilidade de médicos e leitos de hospital”, diz o estudo.

“No entanto, no Nordeste as estimativas de queda são menores. Os governadores desses Estados impuseram as medidas mais rigorosas de distanciamento, em oposição direta às recomendações do presidente (Jair Bolsonaro).”

O estudo ressalva que quedas na expectativa de vida são normalmente registradas durante períodos de exceção, como guerras e grandes epidemias, mas costumam se recuperar rapidamente quando a situação volta ao normal. Nos Estados Unidos, por exemplo, a expectativa de vida caiu entre 7 e 12 anos em 1918, ano da epidemia de gripe, mas em 1919 já estava maior do que em 1917.

Pouca recuperação

Os autores, no entanto, apontam que a situação no Brasil não deve se recuperar tão rapidamente. A primeira das razões, apontam, é o fato de que em seu segundo ano, a epidemia no Brasil estar pior que em 2020, com mais mortes e um colapso do sistema de saúde.

 

 

 

 

 

 

 

Conteúdo: Exame/ Reuters

 Foto: Bruno Kelly/ Reuters 

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