novembro 23, 2024 14:36

Para vereador conservador, uso de pronome neutro nas escolas cresce como ‘micose braba’

Para o vereador de Direita, também considerado da bancada conservadora na Câmara Municipal de Manaus (CMM), Raiff Matos (DC), o uso de pronomes sem definição de gênero nas escolas, caracterizado pelo parlamentar como “pronomes neutros”, cresce como uma “impigem braba” (infecção fúngica altamente contagiosa da pele ou do couro cabeludo).

A fala do vereador está relacionada à discussão de termos usados sobre as questões de gêneros, orientação sexual e diversidade nas escolas.

Em seu discurso no Grande Expediente da Câmara Municipal de Manaus (CMM) na manhã desta terça-feira, 20, o parlamentar mostrou sua aflição. Para ele, a minoria está desconstruindo a Língua Portuguesa e deseducando a população. “Com o claro incentivo da mídia, as escolas e professores estão abrindo espaço para o ensino da linguagem neutra, com uso de pronomes sem definição de gênero. Esse modismo atenta contra o ensino da nossa língua, um patrimônio cultural que marca a identidade do nosso povo. Sob o pretexto de anular diferenças, essa estratégia fere as regras gramaticais, trazendo grande dificuldade para quem está iniciando sua alfabetização ou para quem conhece as normas há anos”, explanou Matos.

Segundo o vereador, a Constituição brasileira determina que o ensino fundamental regular seja ministrado em língua portuguesa e, por isso, deve ser adotada como base para a formação da grade curricular.

“Essa tal linguagem nunca poderia ser tratada como inclusiva. É destrutiva e inconstitucional e conduziria nossa sociedade para um nível desconhecido de perda de identidade cultural e linguista.

Ele também afirmou que ingressará com um Projeto de Lei que assegurará aos estudantes o direito de serem educados na norma culta da língua portuguesa, além de determinar que as escolas obedeçam a Constituição.

“Essa linguagem foi criada supostamente para incluir determinada minoria, mas acaba por excluir uma parcela grande da população: os surdos teriam dificuldade de entender a linguagem labial. Os cegos, de adaptação, uma vez que, os softwares não fazem a tradução não-binária. Já os diléxicos teriam as suas dificuldades de leitura ampliada e as traduções ficariam comprometidas. O resultado seria um caos linguístico”, pontuou Raiff Matos.

 

Priscila Rosas, para O Poder

Foto: Robervaldo Rocha/CMM 

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