novembro 25, 2024 19:32

‘O atual governo quer concentrar a Petrobras no Sudeste’, denuncia sindicato

A possível saída da Petrobras do Amazonas foi abordada durante a Tribuna Popular realizada na manhã desta quarta-feira, 28, na Câmara Municipal de Manaus (CMM). “O impacto para cidade de Manaus da venda da Refinaria Isaac Sabbá (Reman) e as consequências da saída da Petrobras para o estado do Amazonas” foi o tema proposto pelo vereador Sassá da Construção Civil (PT).

“O atual governo quer concentrar a Petrobras no Sudeste. Reduzir refino, vender todo transporte e distribuição de gás, ativos em terra e em águas rasas. O debate não é apenas a venda da refinaria em Manaus. Urucu está para ser vendida. É um projeto de maldade”, disse o coordenador do sindicato da Federação Única dos Trabalhadores – seção Amazonas (FUP), Marcos Ribeiro.

O coordenador lembrou o caso uma cidade do Ceará, que retrocedeu após a saída da Petrobras na região. Ele também falou que o intuito é desmistificar o discurso do Governo Federal. “Não vai ter concorrência, quem comprar a refinaria de Manaus terá o monopólio e ela irá ditar o preço dos combustíveis. Vender refinaria não diminui o preço de combustível”, explicou.

Além desse exemplo, Ribeiro falou sobre o encarecimento do gás de cozinha, que também deve aumentar o valor com a decisão de venda. “A prioridade é agradar o mercado internacional e não o nosso povo. A empresa vai comprar fora, em dólar, o que podemos produzir aqui, armazenar na refinaria e vender. A refinaria deixará de produzir para ser um terminal”, disse.

Ribeiro enfatizou, ainda, que a dívida da petroleira só irá diminuir se houver mudanças internas e que a privatização não é o melhor caminho. Além disso, tudo que é produzido no Amazonas deve ser vendido para empresas estrangeiras.

“Queremos alertar que, se isso acontecer, é um crime contra a população brasileira. A nossa refinaria corre um grande risco de ser privatizada e os impactos na nossa região serão em todos os segmentos”, pontuou.

Para Ribeiro, a empresa privada não terá o mesmo cuidado que a Petrobras. De acordo com o coordenador, no Nordeste, onde já houve privatização, aconteceu desemprego e retrocesso. “Quem sofrerá será o amazonense”, finalizou.

O proponente da Tribuna, Sassá da Construção Civil (PT) informou que irá requerer uma Audiência Pública no Paço Municipal. “Acho que todo mundo tem que participar desse debate para benefício da sociedade”, frisou o parlamentar.

 

Priscila Rosas, para O Poder

Foto: Robervaldo Rocha/CMM 

Edição e revisão: Alyne Araújo e Henderson Martins

 

 

 

 

 

 

 

 

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