No Pequeno Expediente desta terça-feira, 11, o deputado estadual Carlinhos Bessa (PV) falou sobre uma operação de resgate de vítimas em situações análogas a escravidão no sul do Amazonas, nas proximidades do município de Apuí.
“Policiais federais e da Polícia Militar Ambiental conseguiram fazer o resgate de inúmeros trabalhadores que se encontravam em trabalho escravo em um município”, comunicou na tribuna.
“Fico feliz quando vejo pessoas tendo a oportunidade de ter dignidade. Para mim, é de grande importância, principalmente, quando vejo a Polícia Militar do nosso Estado realizando trabalhos brilhantes como esse: retirando pessoas da escravidão e de trabalhos pesados, que não tinham a dignidade de receber um salário. Acredito muito na Polícia do meu Estado e na competência de cada policial”, elogiou Bessa.
Para O Poder, o deputado informou que o coordenador do local foi preso em flagrante delito. No entanto, a quantidade específica de resgatados não foi divulgada mas que era “uma quantidade significativa”. Além do resgate, a Polícia constatou no local da ocorrência que essas pessoas trabalhavam sem acesso a água potável, com pouca oferta de alimentação e não recebiam salários.
Operação Áurea
Procurada pelo O Poder, a Polícia Federal (PF) informou sobre uma operação deflagrada no fim de semana. O nome da operação foi intitulada “Áurea”, uma referência à Lei Áurea de 13 de maio de 1888 que extinguiu a escravidão no Brasil.
Doze pessoas foram localizadas na Vila de Mata-Mata, às margens do Rio Guariba, nas proximidades da comunidade de Santo Antônio do Matupi, trabalhando de “forma degradante”, como relatado pelo deputado Carlinhos Bessa (PV).
Além disso, conforme nota enviada para O Poder, a PF comunicou que ficou constatado que onde eles estavam sendo explorados se tratava de propriedade da União, prática chamada de “usurpação de terras públicas”.
Investigação
Ainda segundo a nota da Polícia Federal, o Ministério Público do Trabalho e a Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (DETRAE/SIT) foram devidamente acionados e estão tomando as medidas cabíveis no âmbito das respectivas atribuições.
“As investigações continuam em inquérito policial já instaurado para apurar possíveis envolvidos nas práticas criminosas de redução a condição análoga a de escravo e usurpação de terras públicas. As penas, somadas, podem ultrapassar 10 anos de prisão”, informou a Polícia Federal.
Priscila Rosas, para O Poder
Foto: Alberto César Araújo/Aleam