A médica Débora Maia da Silva, diretora-geral da maior unidade de saúde do Estado, o Hospital Geral de Roraima (HGR), foi a última testemunha ouvida nesta terça-feira, 18, pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde, da Assembleia Legislativa (ALE-RR).
Antes da diretora, foram ouvidos o cirurgião pediátrico André César Coelho Rosa da Silva e o cirurgião de cabeça e pescoço Fernando André Martins Ferreira. Esta foi a terceira vez que as testemunhas foram intimadas a dar esclarecimentos sobre valores acima do teto recebidos por alguns médicos.
O vice-presidente da CPI, deputado Nilton Sindpol (Patriota), perguntou à médica se existe alguma vedação legal para que ela, na função de diretora do HGR, possa também exercer plantões remunerados.
Além de afirmar não haver qualquer ilegalidade, desde que haja compatibilidade, Débora informou ser concursada do município de Boa Vista, onde cumpre 20 horas semanais de trabalho. Já no Estado, informou serem 40 horas.
“Eu sou designada pelo meu cargo efetivo a ser diretora do HGR, cumpro o expediente em formato de plantão, das 8 horas da manhã até às 18 horas, de segunda a quinta. Sexta-feira, fico até 1 hora da tarde no HGR, e depois vou ao Hospital da Criança, onde cumpro 18 horas corridas de plantão”, informou.
Plantões
O presidente da CPI da Saúde, deputado Coronel Chagas (PRTB), questionou a depoente sobre a escala de plantões dos médicos que trabalham no HGR. Segundo a diretora, as escalas são feitas por coordenadores e apresentadas ao diretor técnico que, após avaliação, aprova ou não.
“Ele tem autonomia total para ratificar o plantão, inclusive, se não concordar, pode retirá-lo”, disse Débora, ao acrescentar que o Hospital Geral possui cerca de 150 médicos, sendo 48 em especialidades diferentes.
Ela salientou que no HGR cumpre plantão de forma oficial três vezes ao mês como supervisora médica. A diretora disse, ainda, que, eventualmente, pode assumir a função outras vezes no decorrer do mês, mas não será remunerada.
Em relação aos valores elevados que constam em contracheques de alguns médicos, a diretora-geral do HGR afirmou estar ciente da situação e que o problema já foi discutido entre os profissionais.
“Com relação a esses valores, a gente já está ciente de que são referentes a dois meses acumulados em um único salário. Temos discutido entre a gente que a falta de informação nos contracheques levou os nossos colegas a uma exposição muito grande”, lamentou.
O deputado Coronel Chagas, ao fim das oitivas, informou que a próxima está marcada para esta quinta-feira, 20. Na próxima terça, 25, será a vez de ouvir o ex-secretário de Saúde Marcelo Lopes, intimado desde a semana passada.
Anderson Soares, para O Poder
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