Após o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, relatar que só foi informado sobre a falta de oxigênio nos hospitais de Manaus e demais municípios do Estado no dia 10 de janeiro de 2021, o deputado federal Zé Ricardo (PT-AM) entregou um requerimento para membros da CPI da Pandemia.
Em resposta ao documento, o ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, esclareceu que foi “na noite de 7 de janeiro de 2021 que este Ministério tomou ciência de problemas relacionados ao abastecimento de oxigênio da rede de saúde do Amazonas”, desmentindo as afirmações de Pazuello.
“Isso mostra que o então ministro da Saúde mentiu no depoimento à CPI. Deveria ter sido preso. Ele sabia que Manaus estava em colapso por falta de oxigênio e que pessoas estavam morrendo. A resposta ao meu requerimento, que foi enviado a membros da CPI, prova isso. Centenas ou até milhares de pessoas morreram por asfixia. Verdadeiras cenas de horror foram relatadas por profissionais da saúde e por familiares, que presenciaram essas mortes dentro dos hospitais. Os responsáveis têm que ser punidos”, declarou Zé Ricardo, que denunciou esse caso nos ministérios públicos do Estado (MPE) e Federal (MPF), Procuradoria Geral da República e ao ministro Ricardo Lewandovisk, do STF, relator de inquérito em andamento sobre o assunto, cobrando providências.
No dia 28 de janeiro de 2021, o deputado encaminhou ao Ministério da Saúde (MS) o Requerimento no 75/21, solicitando informações ao então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em razão de denúncias referentes ao atraso por parte da pasta em dar resposta às ofertas de aviões com oxigênio para o Amazonas pela Organização das Nações Unidas e pelo Governo dos Estados Unidos. Dentre os questionamentos feitos, um perguntava “quando esse Ministério soube que faltaria oxigênio na rede de saúde do Estado do Amazonas”?
Como resposta, contida na página 18 do referido documento do MS, o secretário-executivo disse que o Ministério tomou conhecimento da falta de oxigênio no Estado na noite do dia 7 de janeiro. Disse, ainda, que se tratou de uma conversa informal entre o secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, e o ministro da Saúde, Pazuello, por telefone, e “apenas e tão somente para solicitar apoio no transporte de 350 cilindros de oxigênio de Belém para Manaus”. E completou que, na mesma noite, o ministro coordenou ação para o transporte de 150 cilindros de oxigênio, de Belém para Manaus, com chegada no dia 8 de janeiro, e de mais de 200 cilindros para o dia 10 de janeiro.
Mas o deputado também destacou que esses cilindros de oxigênio antecipados não chegaram nas datas previstas. Somente na noite do dia 11 de janeiro é que os hospitais locais começaram a receber oxigênio, com o apoio do Exército e da Força Aérea Brasileira (FAB), conforme noticiou a imprensa local e nacional. Na ocasião, o então ministro da Saúde garantiu que não faltaria apoio às demandas de combate à pandemia no Estado. “Mentiu mais uma vez. O Governo Bolsonaro e seus ministros envolvidos na saúde são responsáveis, sim, pelo grande massacre de mortes que aconteceu no Amazonas”.
Com informações da assessoria
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