Nem mesmo a denúncia dos deputados Wilker Barreto (Podemos) e Delegado Péricles (PSL) impediu o prefeito Beleza (PP), junto aos vereadores da base aliada, de destituir a vereadora Márcia Góes (Podemos) do cargo de presidente da Câmara do município. Barreto e Péricles voltaram a falar do ocorrido na Sessão Plenária desta quinta-feira, 20, na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).
Para os deputados, a ação de Beleza é imoral visto que o único motivo aparente é que a vereadora faz oposição à gestão dele. A justificativa para a destituição é a contratação de um serviço para a Câmara de Vereadores de Santa Isabel do Rio Negro sem anuência da Mesa Diretora.
“Esta Casa não pode admitir o precedente perigoso de que uma presidente legitimamente eleita seja destituída porque faz oposição a um prefeito. O CPF do Beleza dispensa comentários, é amoral para a política, contraditório e brinca com as leis vigentes. Ou seja, ele não tem condição moral para comandar uma prefeitura”, criticou Wilker Barreto.
“O Beleza próximo a um orçamento público é a mesma coisa que uma pessoa alcoólatra próxima do álcool. Não pode deixar próximo. E se deixar, o resultado já se sabe: é tragédia”, comparou Barreto.
O deputado pediu socorro aos demais deputados, uma vez que a Aleam é o maior parlamento representativo e pediu providências. “Vou solicitar que a presidente tenha um espaço neste Parlamento pois é um absurdo o que acontece em Santa Isabel do Rio Negro”, comentou.
Gestão arbitrária
O deputado Delegado Péricles voltou a explicar que o principal motivo que levou Márcia Goes a ser destituída do cargo de presidente da Câmara dos vereadores foi questionar atos do prefeito Beleza.
“É um ato ilegal e arbitrário. Esperamos que o judiciário possa corrigir esse abuso cometido pelo prefeito. Nós sabemos como ele administra o município. Não se sabe nem a razão como ele ainda é prefeito. Existem inúmeros processos nos tribunais”, frisou Delegado Péricles.
O parlamentar destacou que é preciso correção por parte da Aleam para evitar a repetição desse “modo operandis” em outros municípios do Amazonas.
Wilker Barreto pediu que seja expedido um documento por parte da Assembleia para o Procurador Geral de Justiça.
“É um absurdo e um alerta preocupante. Na minha opinião, pessoas como o Beleza deveriam estar banidas da vida pública”, afirmou Barreto.
O parlamentar declarou, ainda, que irá fazer manifesto de repúdio pois a atitude do prefeito Beleza rasga o Regimento e atenta contra a democracia.
Priscila Rosas, para O Poder
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