Em entrevista à CNN neste sábado (22), o presidente da CPI da Pandemia no Senado, Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que pretende com os próximos depoimentos “saber quem idealizou a cloroquina”. “Queremos saber quem foi que teve a ideia daquele decreto para colocar na bula da cloroquina [que o medicamento combate a Covid]. Alguém redigiu aquilo, queremos saber quem”, disse.
Na próxima terça-feira (25), a CPI irá sabatinar a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro. Na quarta (26), o colegiado irá analisar apenas requerimentos já protocolados. Na quinta (27), será a vez do depoimento de Élcio Franco, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde.
Em relação ao depoimento de Mayra Pinheiro, conhecida como “Capitã Cloroquina”, Aziz disse que espera conseguir detalhes sobre o aplicativo TrateCov, lançado pelo Ministério da Saúde para ajudar a diagnosticar pessoas com Covid-19 e que previa o tratamento precoce com cloroquina e ivermectina, medicamentos sem eficácia comprovada. “[Queremos] entender que aplicativo é esse que detecta Covid”, destacou.
Aziz também disse acreditar que “Manaus foi feita de cobaia” para testar o aplicativo. A capital do Amazonas sofreu um colapso no sistema de Saúde entre janeiro e fevereiro devido ao grande número de casos de coronavírus.
Levantamento sobre ‘mentiras’ de Pazuello
Um levantamento realizado a pedido do presidente da CPI, ao relator da CPI da Covid-19, Renan Calheiros [MDB-AL], apontou que o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, mentiu 15 vezes em seu depoimento nesta sexta-feira (21).
Segundo Aziz, Pazuello se protegeu em algumas respostas por causa do habeas corpus conseguido no Supremo Tribunal Federal (STF). “Não é um fato isolado a falta de verdade no depoimento do ex-ministro. Isso incrimina, e muito. Tanto que há pedido para que ele deponha novamente”, conta. “Ele chegou na CPI dizendo que iria responder todas as perguntas — mas isso porque ele podia dizer qualquer coisa”, afirmou o presidente da CPI.
Em relação ao relatório parcial dos primeiros 30 dias de CPI que Aziz pediu para Calheiros, o presidente da CPI afirmou que o documento “deve deixar os fatos mais claros” e servirá para mostrar “que a CPI não acabará em pizza”.
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