Ao tomar conhecimento de que vai ser convocado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid para prestar esclarecimentos acerca de gastos de recursos federais no enfretamento da pandemia, o governador de Roraima, Antonio Denarium (sem partido), usou as redes sociais para se defender.
“Não tenho nenhum receio de qualquer investigação relacionada a recursos da Covid. Quem me conhece, sabe que até que meu salário [R$ 22.726,68] de governador é doado, pois não preciso do dinheiro do governo e estou no cargo porque sempre quis ajudar a população a viver melhor”, pontuou o governador, que também é empresário do ramo agropecuário.
Denarium disse, ainda, que, quando soube da suposta fraude na compra de respiradores (veja no fim da matéria), denunciou aos órgãos de controle e entrou na Justiça pedindo a devolução dos recursos. Segundo ele, todo o dinheiro dos equipamentos foi devolvido à saúde pública. O governador ressaltou que em seu governo não vai permitir irregularidades.
“Recebo com tranquilidade qualquer tipo de chamamento para esclarecer as dúvidas que se façam necessárias, em especial às relacionadas à área de saúde. No entanto, considero não haver motivação para a convocação, pois Roraima não colapsou com a pandemia. Ajustei as contas e todo dinheiro que entra é devolvido para a população. Procuro ser o governo que eu queria ter. Um governo honesto, trabalhador, que tem respeito e cuidado com a coisa pública”, acrescentou.
Ainda segundo o governador, foram tomadas várias decisões com intuito de evitar irregularidades.
“Demiti os envolvidos, incluindo secretário de Saúde, entrei na Justiça e consegui o dinheiro usado na compra de respiradores de volta aos cofres públicos. Sempre balizei minhas ações na transparência e no respeito com o bem público, e sempre farei assim”, concluiu.
Respiradores
Em 2020, foram identificadas irregularidades no processo milionário de compra de 30 respiradores que iriam ajudar no combate à Covid-19. Cada equipamento pode ter custado aos cofres públicos mais de R$ 200 mil, quatro vezes mais do que o valor de mercado.
O contrato de mais de R$ 6 milhões teria sido pago antecipadamente. Porém, os aparelhos ainda levariam 60 dias para serem entregues. Devido ao escândalo, o então secretário de Saúde, Francisco Monteiro Neto, foi exonerado logo em seguida.
Anderson Soares, para O Poder
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