fevereiro 23, 2025 11:30

Para especialistas, partidos devem priorizar candidatos ao cargo do Executivo 

Especialistas consultados pelo O Poder afirmam que partidos políticos devem direcionar seus esforços para os candidatos que disputam cargos do Executivo, seja na esfera estadual ou federal. Em outubro de 2022, os eleitores vão às urnas e escolhem deputados estaduais e federais, governadores, senadores e presidente da República.

O cientista político e advogado, Helso do Carmo, avalia que o partido político deve concentrar esforços em um forte candidato ao cargo majoritário. De acordo com o especialista, algumas pesquisas apontam que os eleitores não se recordam em quem votou para os cargos legislativos, mas costumam lembrar em quem votaram para o Executivo.

“Com um bom candidato a governo, as pessoas tendem a acompanhar o partido. Ele terá que procurar pessoas de peso para fazer o coeficiente eleitoral. Além disso, o voto de sigla ajuda o partido”, explica o cientista político.

Quando comparados aos partidos maiores – que possuem fundo eleitoral -, os partidos considerados nanicos tendem a enfrentar dificuldades com o voto de sigla. As vagas destinadas para as mulheres também devem ser consideradas.

“Existe um entendimento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de que determinada candidatura serviu para preencher vaga e toda a chapa pode ser cassada”, alertou.

Do Carmo prevê uma renovação de deputados da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) e candidaturas de alguns secretários municipais e estaduais. Para a Câmara Federal e Senado, os políticos devem se candidatar à reeleição.  O especialista também considera que a eleição para preencher a única vaga do Senado deve ser acirrada.

Apoio mútuo

O advogado e conselheiro do Programa Embaixadores Politize!, Efraim Félix, pensa diferente. Para ele, as estratégias dos partidos devem viabilizar candidaturas à Presidência que envolvam apoio mútuo em diferentes Estados (coalizões) nas disputas aos governos estaduais e ao Senado.

De acordo com o conselheiro, por causa das regras que excluíram as coligações, os partidos devem qualificar seus filiados para lançarem o máximo de candidaturas competitivas possível, caso queiram superar a cláusula de desempenho com segurança.

“As discussões sobre mudanças à Lei Eleitoral estão a todo vapor no Congresso Nacional. Recentemente, a Câmara dos Deputados constituiu uma Comissão Especial para tratar sobre voto distrital, representação de mulheres e de grupos de minoria no Parlamento, cláusula de desempenho, entre outros temas. Se as mudanças discutidas na comissão não forem aprovadas até outubro, elas não valerão para as eleições de 2022.”, explica.

O conselheiro também explica que as decisões estratégicas dos partidos é feita em âmbito nacional e o que se definirá em relação à campanha presidencial reflete nos posicionamentos das Eleições do Amazonas.

“Há pouca autonomia dos diretórios estaduais na maioria das decisões. Alguns abrirão mão de disputar o governo em Estados específicos para apoiar o candidato de um partido que coligará na disputa da presidência. Os partidos devem se concentrar em qualificar seus candidatos”, aconselhou Félix ao ressaltar que se o partido não preparar candidaturas competitivas para deputado, corre um sério risco de não conseguir avançar na cláusula de desempenho.

‘Engatinhando’ 

A pouco mais de um ano e meio para as próximas eleições, as movimentações dos partidos políticos começaram a “engatinhar”. A etapa é de diálogo com possíveis candidatos e observação do cenário político.

O Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU) deve concentrar esforços na eleição majoritária para aumentar o diálogo com a população. A próxima conferência do PSTU deve ser realizada em setembro, de forma presencial.

“A classe trabalhadora deve se unir para ter um ano de mais movimentação política. A conferência não tem uma data específica, mas com certeza terá lançamento de candidatura”, disse o presidente estadual da sigla, Gilberto Vasconcelos.

O dirigente avalia que o próximo ano será movimentado e que muitos partidos tentarão conquistar eleitores com discursos sobre a pandemia, pobreza e desemprego.

“Eles irão tentar canalizar as eleições culpando a pandemia e não uma crise que se estende por anos. Será uma eleição marcada pelo negacionismo e pela tendência liberal”, opinou Vasconcelos.

Possibilidades

Por outro lado, o secretário-geral do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) no Amazonas, Miguel Capobiango, evitou falar sobre preferências à candidaturas de Executivo ou Legislativo, uma vez que ambos atuam de forma diferenciada, mas confirmou que o partido já está conversando com possíveis candidatos.

“Os dois cenários são complementares. Um faz políticas públicas, o outro as executa. Não existe fórmula pronta para eleição e cada uma é diferente. O cenário é incerto e está muito cedo para falar. O partido tem dado atenção e conversado com pessoas que se interessaram em política”, explanou.

Conforme Capobiango, os partidos devem começar a se movimentar mais fortemente com mudanças partidárias de candidatos e de formação de chapas no segundo semestre. No caso do MDB, essa movimentação deve ocorrer entre outubro e dezembro.

O secretário também considera que a chapa proporcional e a falta de coligação podem tornar-se uma dificuldade para as siglas. Além disso, provavelmente, a próxima eleição trará personagens novos para a política amazonense.

“Nós temos uma boa base para deputado estadual, principalmente no interior. Atualmente, temos dois parlamentares eleitos, mas nenhum federal”, avalia.

O MDB elegeu 13 prefeitos no interior do Amazonas, o que deve facilitar o diálogo dos futuros candidatos do partido com a população.

 

 

Priscila Rosas, para O Poder 

Foto: Reprodução

Edição e Revisão: Alyne Araújo e Henderson Martins

 

 

 

 

 

 

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