A Operação Lava Jato teria negociado a contratação de programa de espionagem Pegasus, do grupo israelense NSO Group. A informação está protocolada pela defesa do ex-presidente Lula no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira, 26.
De acordo com os advogados de Lula, as mensagens obtidas evidenciam “a existência de atos processuais clandestinos e ilegais, além da realização de cooperação internacional informal — fora dos canais oficiais — realizada por membros da extinta ‘força tarefa da lava jato’ com autoridades estrangeiras”.
Na última semana, uma investigação internacional apontou que o software Pegasus foi usado por governos ao redor do mundo para supostamente hackear telefones celulares de ativistas de direitos humanos, jornalistas e outros.
Nomeada de Projeto Pegasus, a investigação, teria apontado “mais de 1.000 pessoas em mais de 50 países no quatro continentes: vários membros da família real árabe, pelo menos 65 executivos do setor privado, 85 ativistas de direitos humanos, 189 jornalistas e mais de 600 políticos e funcionários públicos, incluindo ministros, diplomatas e autoridades militares e de segurança. Os números de vários chefes de estado e primeiros-ministros também apareceram na lista”.
O ministro Ricardo Lewandowski enviou o conteúdo das mensagens, que foram obtidas por meio da Operação Spoofing, ao Procurador-Geral da República e à Corregedoria-Geral do Ministério Público Federal.
Em nota, o MPF disse que “jamais houve aquisição ou uso clandestino de qualquer sistema pela força-tarefa da operação Lava Jato”, e que o sistema Pegasus “não foi adquirido pelo Ministério Público Federal no Paraná”.
O MPF também afirmou que as alegações feitas pela defesa de Lula são falsas e que “jamais negociou a aquisição de qualquer equipamento ou sistema, nem tinha atribuição para isso”.
“Todos os sistemas adquiridos pelo Ministério Público o foram pela sua Administração, que não era integrada pelos procuradores da Lava Jato, e passaram por procedimentos formais de aquisição para garantir o atendimento das exigências legais”, acrescenta o texto.
Conteúdo: CNN Brasil
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil