Nesta sexta-feira, 13, o Portal O Poder retomou a sua série de entrevistas e conversou com o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Joelson Dias. Na conversa, foram tratados temas como Fake News, voto impresso, além das perspectivas para as eleições de 2022.
De acordo com o ex-ministro, o atual cenário político brasileiro precisa de diálogo. “Há uma necessidade de conversa e conscientização da informação. Lamentavelmente vivemos uma tensão política à base de negacionismo, atos de violência e fake News. O discurso do ódio está cada vez mais forte, o que nada contribui para a nossa sociedade”, afirmou.
Ainda na avaliação de Dias, a sociedade é formada por conservadores e progressistas que, conforme a teoria, deveriam conviver bem. “Não é o que acontece porque, basta acontecer uma conversa sobre medidas concretas que irão surgir os primeiros pensamentos divergentes. No entanto, não podemos resolver as coisas na violência e com falta de educação”, disse.
É importante observar, segundo o ministro, que é importante se livrar de rótulos (como extrema direita ou extrema esquerda) e priorizar o debate. Até porque tanto progressistas quanto conservadores já tiveram suas oportunidades de comandarem o governo, o que deu ao povo a possibilidade de se testar diferentes projetos políticos.
Voto impresso
Quanto à questão do voto impresso, tão debatida nos últimos dias, o ex-ministro foi enfático. “O voto impresso é um retrocesso, cheio de fraudes e conflitos. Por outro lado, o sistema eletrônico de votação é um avanço, motivo de orgulho para o Brasil”, destacou.
A Justiça Eleitoral conseguiu implementar e aprimorar o sistema eletrônico ao longo dos anos, abrindo espaço para que as pessoas descubram vulnerabilidades. “Nunca houve qualquer tipo de fraude comprovada. Pode ter ocorrido fragilidade, mas é natural de qualquer sistema. Há medidas de segurança e o sistema não se resume à urna eletrônica”, enfatizou Dias.
Futuro eleitoral
Para as eleições do próximo ano, o ex-ministro comentou que políticos, eleitores e partidos devem ficar mais conscientes de seus deveres para contribuírem positivamente com o processo eleitoral.
“É preciso votar segundo as propostas de cada candidato, sem imposição dessa ou daquela pessoa. Só será capaz resolver todos os problemas atuais nas urnas”, concluiu.
Alyne Araújo, para O Poder
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