A privatização dos Correios, proposta pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e os constantes cortes de energia em Manaus no período de pandemia juntamente com a falta de manutenção na rede elétrica nos municípios do interior, pela Amazonas Energia, repercutiram nesta quinta-feira, 19, na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam).
O deputado Sinésio Campos (PT) anunciou que será criada a Frente Parlamentar em Defesa dos Correios para lutar contra a privatização e convidou os colegas para audiência pública, que acontece nesta sexta-feira, 20, na Aleam, a partir das 18h, com a participação dos servidores dos Correios. O objetivo é debater o processo de privatização.
“Vamos tratar nessa audiência pública da criação da Frente Parlamentar em Defesa dos Correios. Esse horário está adequado ao tempo dos carteiros, dos trabalhadores que vão participar, e espero que os demais deputados estejam presentes pela importância da vida dos Correios para todos nós do Amazonas. Quando eu falo não à privatização dos Correios é porque grande parte das privatizações que ocorreram não foram para o bem do povo”, afirmou.
Na esteira do colega, o deputado Serafim Corrêa (PSB) afirmou que é contra a privatização dos Correios, mas admitiu que a empresa precisa se modernizar, caso contrário, não sobreviverá.
Amazonas Energia
Sinésio também criticou a privatização da Amazonas Energia que, na sua avaliação, vem causando transtornos à população na capital e no interior na prestação de um péssimo serviço e cobrando a tarifa mais cara do país.
“Privatizaram a Amazonas Energia e até hoje venderam uma promessa de melhorar o atendimento ao povo do Amazonas. Na verdade, essa empresa virou caça níqueis. A Amazonas Energia fica saqueando o Amazonas. Vou continuar cobrando o programa Luz Para Todos que, praticamente, parou no nosso Estado. E o pior, as termelétricas que funcionavam na maioria dos municípios desativaram para fazer o sistema integrado ao linhão de Tucuruí. ”, alfinetou.
O presidente da Aleam, Roberto Cidade (PV), se manifestou contra a Amazonas Energia. Para ele, a empresa não cumpre as leis aprovadas pela Assembleia Legislativa. “Acabo de receber uma ligação de Apuí, com o prefeito querendo decretar estado de calamidade lá porque não tem energia nos ramais e nem na cidade. Infelizmente, já fizemos várias audiências públicas e os diretores da Amazonas Energia afirmaram que iriam solucionar os problemas e, até agora, nada. Só vejo reclamações. Amanhã vou para Apuí. A Amazonas Energia tem deixado muito a desejar”, ressaltou.
Álvaro Campelo (PP) relembrou que, em breve, vai acontecer um novo aumento na tarifa de energia no Brasil. “Os preços das tarifas estão insustentáveis e teremos um novo aumento. Tenho recebido muitas reclamações que a resolução 414/2020 não tem sido respeitada, mas garante ao consumidor que ele seja informado com ao menos 15 dias de antecedência do corte. Caso esteja em débito, tem que ser informado do corte de energia”, criticou.
O Portal O Poder entrou em contato com a assessoria da Amazonas Energia, mas até a publicação dessa matéria, não obteve resposta.
Augusto Costa, para O Poder
Foto: Divulgação
Edição e Revisão: Alyne Araújo e Henderson Martins