Roraima – Alvo da operação ‘Suserano’, deflagrada nessa terça-feira, 24, pela Polícia Federal, o empresário e ex-deputado federal Abel Mesquita, o Abel ‘Galinha’, afirma ‘não recordar’ quem lhe deu 13 gramas de ouro, aprendidos durante cumprimento de mandados de busca e apreensão em um escritório dele. A operação investiga desvios de recursos públicos de quase R$ 12 milhões.
No depoimento de Galinha, que O Poder teve acesso nesta quinta-feira, 26, o ex-deputado informou aos agentes federais que o minério seria usado na fabricação de uma joia para uma neta. A porção de ouro foi encontrada dentro de um envelope guardado em um cofre, no escritório de uma loja de conveniência de um posto de combustível de Galinha.
O ex-deputado afirmou, ainda, que não lembrava mais da existência do ouro e que já houve outra operação policial no mesmo local e, nesta ocasião, o material não foi identificado. Ao concluir o depoimento, argumentou “desconhecer” o caráter criminoso, pois “achou a quantidade de ouro muito pequena”.
Prisão
Abel Galinha teve prisão decretada às 14h dessa terça por supostamente ter participação em um esquema que desviou recursos públicos federais de quase R$ 12 milhões, provenientes de emendas da época em que atuava como deputado federal.
No mesmo dia, a Polícia Federal achou mais de R$ 575 mil em espécie escondidos na casa do genro de Abel Galinha. Foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão em Boa Vista e em Brasília, todos expedidos pela 4ª Vara Federal Criminal de Roraima.
Segundo a PF, a ação foi um desdobramento da operação “Godfather,” deflagrada em outubro de 2020 que investigava o suposto envolvimento do empresário e ex-deputado federal Abel Galinha, em fraudes de mais de R$ 14 milhões.
Além do ex-parlamentar, um procurador estadual também foi alvo da Gofather, à época. A operação investigava um esquema de propina e fraudes em licitações entre agosto de 2017 e abril de 2019.
Hospitalizado
Poucas horas depois de ter sido preso na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (PAMC), zona Rural de Boa Vista, Abel teria passado mal e foi levado para o Hospital Geral de Roraima (HGR).
A defesa do ex-deputado federal alegou que o quadro de saúde dele poderia agravar no sistema prisional, em razão de um eventual contágio pelo Covid-19, pois Abel tem mais de 60 anos e possui comorbidades. Após analisar o caso, a Justiça Federal concedeu o habeas corpus.
Anderson Soares, para O Poder
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