Roraima – O deputado estadual Jalser Renier (SD) foi preso preventivamente na tarde desta sexta-feira, 1º, em um escritório localizado no bairro Canarinho, zona Norte de Boa Vista. A ação foi coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Roraima (MPRR).
O Gaeco é responsável pelas investigações do sequestro e tortura do jornalista Romano dos Anjos, que no mês passado cumpriu sete mandados de prisão temporária contra policiais militares que eram lotados no gabinete de Jalser, no período em que esteve como presidente da Assembleia Legislativa (ALE-RR).
Além das prisões, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça de Roraima, que também decretou sigilo absoluto das investigações. “O mandado de prisão preventiva foi expedido pela juíza Graciete Sotto Mayor Ribeiro, relatora do processo”, cita trecho da decisão de prisão preventiva do parlamentar.
Dias após a operação do Gaeco, Jalser usou o grande expediente da sessão na Casa Legislativa para dizer que não tinha qualquer envolvimento no sequestro do jornalista. “E vou dizer algo para os senhores, nunca, em nenhum momento da minha vida política atentei contra a vida de ninguém, […] ou fiz algo que pudesse conspirar contra a vida ou a saúde de qualquer pessoa. […] Esse repórter nem sequer falou de mim, nunca nem sequer me agrediu. Eu não tenho nada contra ele, porque se tivesse, eu estaria lá e falaria na cara dele”, declarou.
Ameaças
O governador de Roraima, Antonio Denarium (PP), confirmou, que recebeu ameaças de Jalser em novembro do ano passado para acabar com a força-tarefa criada para investigar o sequestro do jornalista. O breve comentário sobre o caso ocorreu durante coletiva de imprensa no Palácio Senador Hélio Campos.
A confirmação de Denarium ocorreu dias após o presidente da Assembleia Legislativa de Roraima, Soldado Sampaio (PCdoB), tornar público a ameaça em resposta aos ataques feitos por Jalser Renier durante sessão na ALE-RR.
Caso
O jornalista foi sequestrado na noite do dia 27 de outubro do ano passado. Ele foi levado de dentro da própria casa por homens encapuzados. Foi espancado, torturado e encontrado na manhã do dia 28 com os braços quebrados e lesões nas pernas.
À época, Romano citou à polícia que os sequestradores falaram os nomes do senador Mecias de Jesus (Republicados) e do governador de Roraima, Antonio Denarium (PP). Os dois políticos negaram qualquer envolvimento e solicitaram que o caso fosse investigado pela Polícia Federal.
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Da Redação O Poder
Foto: Divulgação