O reajuste da tarifa de energia de 15,99% para o Amazonas e de 1,25% para Roraima, autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), repercutiu nesta terça-feira, 9, na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). Durante o pequeno expediente, o deputado Serafim Corrêa (PSB) usou a tribuna dizendo que trataria de um assunto desagradável para o bolso dos amazonenses.
“A Aneel, a partir do dia 1º de novembro, aumentou a tarifa de energia em Manaus em 15,99% no Amazonas e 1,25% em Roraima, um valor bem acima do que aumentou o salário de todos e vai gerar um resultado muito ruim para a população. Vejo aqui o nosso deputado Sinésio Campos, que é o presidente da CPI da Amazonas Energia, e essa é uma notícia desagradável. A Aneel, no meio desse ‘tiroteio’, aumenta a energia. Estou trazendo ao conhecimento da Casa para que todos possamos saber do fato e ver de que forma podemos nos opor a isto”, questionou.
Na avaliação do deputado, o aumento é desproporcional, embora reconheça que a Aneel é de responsabilidade do governo federal. “A competência da Aneel é responsabilidade federal, mas convenhamos que esse é um aumento desproporcional a qualquer parâmetro”, alfinetou.
Na esteira do colega, o presidente da CPI da Amazonas Energia, Sinésio Campos (PT), se manifestou contrário ao reajuste e disse que a população do Amazonas está refém da concessionária.
“A CPI recebe sempre reclamações de oscilação de energia e a forma desrespeitosa do serviço. Eles estão tratando o cidadão como se fosse objeto de quinta categoria. Só tem ela para fornecer a energia e somos reféns dessa empresa que está fazendo o que bem entende”, ressaltou.
Alta tensão
A medida afeta diretamente os grandes consumidores conectados em alta tensão, que terão uma tarifa 16,10% mais cara. Na baixa tensão, o índice médio será de 15,94%. A Amazonas Energia atende, aproximadamente, 949 mil unidades consumidoras no Estado.
Como acontece com outras empresas de distribuição, os custos financeiros da concessionária amazonense foram maiores que a arrecadação da bandeira escassez hídrica, em razão da disparada do custo de geração de energia. O déficit será coberto por uma nova operação de empréstimo, que está sendo estruturada pelo governo para eliminar o descasamento financeiro e, por isso, será expurgado do processo tarifário atual, para voltar no reajuste do ano que vem, atualizado pela Selic.
Augusto Costa, para O Poder
Foto: Acervo O Poder
Edição e Revisão: Alyne Araújo e Henderson Martins