dezembro 21, 2024 10:24

Ameaça de operação federal desmobiliza balsas no rio Madeira

A mobilização de forças federais para uma grande operação contra o garimpo fluvial em um trecho do rio Madeira, a pouco mais de 100 quilômetros de Manaus, está afugentando os garimpeiros. Dois dias após as primeiras notícias sobre a chegada de centenas de balsas à região, a maioria dos garimpeiros resolveu ir embora para evitar a fiscalização.

Autazes, cidade ribeirinha com cerca de 40 mil habitantes, virou palco de uma corrida do ouro após circular, entre garimpeiros que já exploram o minério no afluente do rio Amazonas, a notícia de que havia um bom lugar para garimpar.

Em duas semanas, centenas de balsas se juntaram na beira de um distrito de Autazes chamado Porto do Rosarinho. Fotos aéreas da situação feitas pela ONG Greenpeace chamaram a atenção de ativistas e das autoridades.

Com a pressão, os balseiros começaram a deixar o local. Forças policiais de Manaus começaram a chegar a Autazes no início da tarde. A reportagem presenciou o movimento de tropas da PM fortemente armadas na balsa que chega às 13h. Só é possível acessar Autazes por água.

A reportagem conversou com garimpeiros que relataram desgosto com o que consideram perseguição do Estado. “Nos taxam como bandidos, mas queremos só trabalhar. Ninguém quer ser contra a lei, queremos pagar impostos, viver sem medo. É nosso modo de vida, o garimpo. Não queremos destruir a natureza, queremos fazer de maneira sustentável e legal”, discursou um deles, que negou a existência de atividades criminosas citadas pelo vice-presidente Hamilton Mourão.

“Não tem narcotraficantes aqui, tem famílias, pessoas tentando ganhar a vida. Não tem ninguém rico aqui, o ganho é pouco, o custo é alto. Muita gente investiu o que nem tinha pra vir pra cá e agora tá sendo expulso sem recuperar o investimento”.

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, havia dito que a atuação de centenas de garimpeiros em balsas ilegais no rio Madeira pode ter o apoio de membros do tráfico de drogas. Segundo o vice-presidente, o interesse do narcotráfico em explorar as rotas fluviais da Amazônia passa não apenas pelo transporte de drogas, mas também pelo interesse no comércio de ouro.

 

 

Com informações do Metróples

Foto: Reuters – Bruno Kelly – Direitos Reservados

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