fevereiro 24, 2025 16:17

RR: Em tom de despedida, Jalser Renier ataca colegas deputados e diz ter sido ‘abandonado’

Roraima – Alvo de um processo de cassação de mandato por quebra de decoro parlamentar, o deputado estadual Jalser Renier (SD), em tom de despedida, fez um longo desabafo no Grande Expediente, na sessão desta terça-feira, 30, na Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR).

Jalser iniciou o discurso fazendo uma retrospectiva do dia em que perdeu o cargo de presidente da Assembleia até os dias atuais. Em seguida, citou o caso do sequestro do jornalista Romano dos Anjos, momento em que negou ter qualquer participação no crime.

‘Inocente’ e arrependimento por ter rompido com Jucá

“Imputaram a mim uma parte da responsabilidade como se eu fosse um agressor, guerreiro, leão no meio do mato com fome a procura de uma presa para comer. Foi assim que a mídia do ex-senador Romero Jucá aponta ‘pra’ mim”, disse Jalser, ao acrescentar ter se arrependido de ter rompido a amizade com Romero.

O parlamentar chegou a dizer que a cassação do mandato seria inevitável e que pode acontecer ainda neste ano. “Eu sei que os senhores vão me cassar”, disparou.

Ataque aos colegas

Magoado, Jalser dedicou boa parte do tempo na Tribuna para tecer duras críticas aos colegas de parlamento. Ele lembrou que quando era presidente da Casa Legislativa constantemente recebia abraços, beijos no rosto, apertos de mãos, comportamentos estes que não existem mais, segundo o deputado.

“O que está acontecendo aqui nessa Casa é uma agressão. O deputado Jorge Everton, que tenho por ele um profundo respeito, foi para as redes sociais ontem colocar a minha cabeça a prêmio e dizer nas redes sociais que está ali para fazer justiça, para fazer o que o povo pedir. Mas quem está pedindo para a minha cabeça venha à tona é ele”, afirmou.

Ao seguir os ataques, Jalser disse que Jorge Everton quer que ele seja cassado, preso novamente e torturado em praça pública. Ressaltou que jamais faria isso com qualquer colega de parlamento.

“Um belo dia quando eu estava preso eu vi a presença de quatro deputados. Eu até me alegrei achando que eles fossem me visitar, mas eles não foram. Eles foram lá para pedir a minha mucosa acebolada. Foram lá me intimar para que eu viesse aqui em praça pública ser execrado novamente”, lembrou.

Desprezado por ‘amigos’ e humilhado 

Depois que perdeu o cargo de presidente no início do ano e que passou a ser investigado como suspeito de ser o mandante do sequestro e tortura de Romano, Jalser disse que ligou para vários deputados para falar a versão dele, chegou a se humilhar para ser atendido, mas a maioria virou as costas para ele.

“Muitos me dizem: ‘infelizmente não dá. Vou ter de te cassar porque senão eu vou perder 300, 400 mil de cargos, vou perder o meu processo, vou perder as minhas benfeitorias que eu tenho aqui dentro da Casa’, vou perder os acordos que eu tenho aqui dentro’. Acordos estes que eu conheço muito bem”, frisou.

Sem prestígio 

Sem poupar ninguém, Jalser também criticou a antiga aliada deputada estadual Yonny Pedroso (SD) por ela não aceitar substituir a deputada Catarina Guerra (SD) na Comissão de Ética da Assembleia, como foi requerido por ele.

“A minha colega de partido, que também ficou com receio de perder os seus benefícios ligou para ela [Catarina] e disse: ‘eu não vou me meter nessa briga. Deputado Sampaio, eu não vou me meter nessa briga, eu tenho processos’. Quantos não tem? Quantos não respondem processo aqui?”, questionou Jalser.

 

 

Anderson Soares, para O Poder

Foto: Divulgação

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