Roraima – Na contramão das promessas que fez de ‘enxugar’ gastos e focado nas eleições de 2022, quando deve tentar reeleição, o governador de Roraima, Antonio Denarium (PP), quer criar mais uma espécie de secretaria no Estado com gasto anual de mais de R$ 4 milhões apenas com funcionários.
Segundo Projeto de Lei encaminhado à Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) no dia 26 do mês passado, o governador pede o apoio dos deputados para criar o Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Iater).
“O referido projeto tem como finalidade aprimorar e ampliar a oferta de assistência técnica e extensão rural, para tanto, fez-se necessária a extinção do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Roraima – DATER, constante da estrutura da Secretaria de Agricultura Pecuária e Abastecimento”, diz trecho da mensagem governamental ao presidente da ALE, Soldado Sampaio (PCdoB).
Conforme o PL, a folha de pagamento do instituto custará aos cofres do Estado R$ 348.243,09, ultrapassando R$ 4 milhões ao ano para abrigar 111 servidores. O salário do titular do instituto chega aos R$ 23 mil.
A expectativa é que, diante do alinhamento do governador com a maioria dos deputados, o PL seja aprovado sem dificuldades.
Secretarias extraordinárias
Em setembro, O Poder publicou matéria sobre o governador ter esquecido, mais uma vez, promessa de reduzir gastos e criar, de uma vez, três secretarias extraordinárias. Uma delas, será comandada pela esposa dele, Simone Soares de Souza.
Conforme publicação no Diário Oficial dos dias 14 e 15 deste mês, foram instituídas as secretarias de Estado Extraordinária de Promoção, Desenvolvimento e Inclusão Social (SEEDIS); de Estado Extraordinária de Relações Federativas (SEERF) e a de Estado Extraordinária de Governo Digital (SEEGD).
A primeira dama ficou responsável por comandar a SEEDIS. Segundo a publicação, a pasta foi criada com a finalidade de coordenar e operacionalizar políticas públicas de responsabilidade social, desenvolvimento humano, cidadania e inclusão social, além da promoção, defesa e garantia dos direitos humanos.
‘SeCidades’
No início de novembro deste ano, por 14 votos a 2, os deputados da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) aprovaram, o Projeto de Lei nº 266/2021 do governo de Roraima, que entre outras medidas, vai duplicar o número de servidores comissionados na Secretaria de Estado de Articulação Municipal e Política Urbana (SEAMPU).
Além disso, o nome da pasta passa de SEAMPU para Secretaria de Estado das Cidades, Desenvolvimento Urbano e Gestão de Convênios (SeCidades), ‘órgão integrante da Administração Direta do Poder Executivo’.
Em ano pré-eleitoral, o projeto polêmico duplica o número de comissionados na pasta, que passa a ter 133 funcionários e que vão gerar um custo mensal de R$ 343.686,05 aos cofres públicos. O salário do secretário será de R$ 23 mil e do adjunto ultrapassa R$ 16 mil.
Atualmente a pasta é comandada por Luciano Castro, do PP, apontado como novo ‘conselheiro’ de Denarium pelo deputado Jânio Xingú (PSB).
Da Redação O Poder
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