As mulheres mastectomizadas terão assegurada a ampliação da assistência ao tratamento fisioterapêutico no Sistema Estadual de Saúde. É o que determina o Projeto de Lei nº 32/2022, em tramitação na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), de autoria do deputado Sinésio Campos (PT).
De acordo com o artigo 1º do Projeto de Lei, o objetivo é a prevenção e a redução de sequelas decorrentes do processo cirúrgico. A mastectomia de que trata a Lei será oferecida a todas as mulheres que se submeterão ou foram submetidas ao processo, com ou sem esvaziamento axilar.
A matéria diz, ainda, que a fisioterapia de que trata a Lei será realizada de acordo com o quadro clínica de cada paciente, cabendo ao profissional da fisioterapia definir que técnica terapêutica será aplicada e o número de sessões a serem ministradas.
Sinésio Campos afirmou, em sua justificativa, que tão importante quanto a cirurgia a intervenção fisioterapêutica na pós-mastectomia é essencial para a prevenção e redução de sequelas que podem ser decorrentes do processo cirúrgico, devendo ser ministrada o mais precocemente possível.
“Entre as complicações mais comuns enfrentadas pelas pacientes após a mastectomia está o desenvolvimento de linfedema (acúmulo de líquido linfático no tecido adiposo) de membro superior, perda de mobilidade no ombro e limitação no uso funcional de braço e mão, que podem durar vários meses após a cirurgia. O câncer de mama é uma doença heterogênea e complexa, que pode se apresentar de múltiplas formas clínicas e morfológicas, com diferentes graus de agressividade tumoral e potencial metastático, podendo atingir mulheres de qualquer faixa etária”, afirmou.
Número de casos
O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que para cada ano do triênio 2020/2022, sejam diagnosticados no Brasil 66.280 novos casos de câncer de mama, com um risco estimado de 61,61 casos a cada 100 mil mulheres. A fisioterapia para pacientes em tratamento de câncer de mama ajuda na recuperação e na prevenção de complicações da doença, podendo ser usada nas diferentes etapas do tratamento de câncer. O pós-operatório da mastectomia é marcado pela limitação de movimentos nos braços e o encurtamento de musculatura. Neste tratamento, a fisioterapia será utilizada para reabilitação, resultando em ganhos de movimentação e prevenção de aderências e disfunções.
Augusto Costa, para O Poder
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Edição e Revisão: Alyne Araújo e Henderson Martins