outubro 17, 2024 23:15

Novos grupos políticos no AM devem surgir por ‘sobrevivência’, avaliam especialistas

Faltam oito meses para as eleições gerais no Brasil e as necessidades de sobrevivência partidárias vão levar à formação de novos grupos políticos no Amazonas, de acordo com afirmações de cientistas políticos em entrevista exclusiva ao Portal O Poder.

Para Carlos Santiago, há dois problemas para a consolidação dos grupos políticos no Amazonas objetivando as disputas das eleições de 2022. O primeiro é que há um movimento de sobrevivência dos partidos políticos que precisam, por conta do fim das coligações proporcionais, formar federações e também porque terão que alcançar um percentual de 2% dos votos válidos para Câmara dos deputados. Dessa maneira, poderão manter o fundo partidário, fundo de campanha e os programas partidários nas rádios e na televisão. Além de manter uma estrutura de gabinetes no Congresso Nacional, que envolve condições e cargos comissionados”, destacou.

Carlos Santiago

O especialista explicou que os partidos políticos precisam formar federações para disputar o pleito deste ano e para continuar sobrevivendo financeiramente, com espaço político no rádio e na televisão e também nas comissões do Congresso Nacional. 

“Por conta disso, há muitos conflitos nos Estados para formar as composições políticas, as federações partidárias”, destacou Carlos Santiago. 

O cientista político relatou que, no Brasil, nos Estados, por exemplo, a maioria dos partidos políticos é controlada por caciques que, agora, por conta das sobrevivências partidárias terão que compor com outras lideranças.

“Não é uma tarefa fácil formar essa atual conjuntura política. Formar uma federação, ou até coligação no âmbito majoritário. Porque terão que levar em consideração a legislação e os interesses dos caciques locais. Como o Supremo Tribunal Federal decidiu que até o dia 31 de maio é a data para que os partidos confirmarem as federações, acontecerão ainda muitas articulações”, acrescentou Carlos Santiago.

Conversas

Para o Portal O Poder, Carlos Santiago disse, ainda, que no momento todos os políticos estão conversando no Amazonas. Portanto, os rumos políticos deverão ser definidos até 31 de maio haverá uma definição dos rumos políticos. 

“Até porque existem a sobrevivência partidária e os interesses locais dos caciques das siglas. Superar tudo isso não vai ser fácil, por isso que até o momento nenhuma federação foi oficializada”, disse o especialista.

Carlos Santiago comentou que até a possível federação do PT, PSB, PCdoB e PV, ainda está em espera devido aos interesses de Estados. Porém, o calendário eleitoral está posto, quem for disputar candidatura terá até 2 de abril para decidir uma filiação partidária. 

“Quem não estiver dentro de uma coligação partidária terá dificuldades para eleger membros para o congresso nacional. Para disputar o pleito com competitividade, pois por mais que haja interesses locais, uma tradição de controle das siglas, há sim uma necessidade de sobrevivência dos partidos e elas levaram à formação de grupos de políticos. Porém, com a aproximação do calendário eleitoral, tudo isso será decidido próximo à data final para as composições políticas”, disse Carlos Santiago.

Alianças nos bastidores

Para o advogado e cientista político, Helso Ribeiro, existe a possibilidade de uma formação de federação de partidos e o Amazonas pouco vai influir na construção deste movimento. 

Helso Ribeiro

“Vai ser algo que será imposto verticalmente. Atendendo, principalmente, interesses Sul e Sudeste. Então, observo que grupos existentes estão agindo nos bastidores, tentando costurar  as alianças”, destacou o cientista político ao Portal O Poder

Helso Ribeiro também comentou que quando se pega os autores que participaram do pleito, fica um questionamento maior. “Por exemplo, o ex-governador, Amazonino Mendes, qual é o partido dele?”.

O especialista relatou que enquanto não “baterem o martelo” em relação a essas federações, serão feitas várias especulações.

“Eduardo Braga viria? O MDB forma uma federação? Uns dizem que pode formar com PSDB, outros dizem que pode formar com o PSL, que já se juntou com o DEM. As espetacularizações são muitas e, infelizmente, há Estados periféricos do ponto de vista da representatividades no parlamento. Um exemplo é o Amazonas que tem oito deputados. São Paulo tem 70. É claro que os nossos interesses não irão ser prioridade na hora da formação de uma federação. Então, as pessoas estão ali, naquela expectativa, como vou fazer? Porque a federação, como é nacional, vai obrigar candidaturas a caminharem juntas, apoiando um presidente e um programa”, explicou Helso Ribeiro.

 

 

Alessandra Aline Martins, para O Poder

Foto: Divulgação

Edição e Revisão: Alyne Araújo e Henderson Martins

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