Roraima – Mesmo após denúncias de servidores revoltados, ‘protegidos’ da primeira-dama do Estado, Simone Denarium, a maquiadora Suene da Silva Dias e o sobrinho Rubem Lopes de Almeida continuam sem aparecer para trabalhar no Hospital Geral de Roraima (HGR). As duas denúncias foram publicadas em primeira mão pelo O Poder no início deste mês.
Conforme denúncia feita ao O Poder e publicada no dia 7 deste mês, Suene ocupa o cargo de gerente de Ensino e Pesquisa do Hospital Geral de Roraima, com ganhos de quase R$ 7 mil. O fato desta senhora não aparecer para trabalhar causa revolta entre os funcionários efetivos do hospital.
No dia seguinte após a publicação da primeira denúncia que causou grande repercussão, os profissionais fizeram mais uma. Desta vez, a informação era de que um suposto sobrinho da esteticista, identificado como Rubem Lopes, também foi ‘agraciado’ com um cargo no governo.
A matéria foi publicada no dia 12 deste mês após várias conversas com os denunciantes, apuração no local e depois da reportagem procurar o governo para fazer novos questionamentos.
Conforme os denunciantes, o ‘protegido’ nunca foi visto no local onde deveria trabalhar. Rubem Lopes de Almeida ocupa cargo CDS/Comissionado, nível 1, com remuneração bruta de R$ 2.604,52. Ele é lotado no Núcleo de Oncologia do HGR, subordinado direto da Direção Geral.
Consta no Diário Oficial do Governo de Roraima que Rubem foi nomeado no dia 14 de junho de 2021, mesmo dia que a maquiadora e cabeleira pessoal da primeira-dama foi promovida ao cargo de gerente de Ensino e Pesquisa do HGR.
Exoneração
Após grande repercussão das duas matérias publicadas pelo O Poder, os profissionais acreditavam que Suene e o sobrinho seriam obrigados a trabalhar ou seriam exonerados. Até o momento nada aconteceu e o governo permanece ‘calado’.
“O ideal, o digno, o correto é que esses dois fossem exonerados. Fossem banidos do governo. Eles ganham bem para não fazer nada. Eu quero até agradecer pelas reportagens que vocês fizeram e que foram até copiadas por outros sites. Deu uma boa movimentada lá no HGR e nós acreditávamos que alguma ação do governo aconteceria, mas nada mudou”, disse um servidor indignado.
Desta vez, a reportagem encontrou com os denunciantes pessoalmente. Eles estavam abalados e preferiram que a conversa acontecesse desta forma para se sentirem mais seguros. “Depois que vocês publicaram, o clima ficou mais tenso lá no trabalho. Algumas pessoas queriam saber quem eram os dois, se iam trabalhar, se iam ser demitidos. Ficamos com medo de que a direção iniciasse uma caça aos servidores que denunciaram e que os assédios morais ficassem ainda mais graves”, relatou.
“Esse Rubem nunca apareceu. Ninguém conhece ele no setor que ele deveria estar. Ele tinha que tá lá, o dia todo, mas ninguém nunca viu esse cara no setor”, desabafou.
Em silêncio parte 3
O Poder entrou em contato com o governo para questionar novamente sobre as denúncias. O Estado não se manifestou.
Da Redação O Poder
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