Após semanas de tensão, a Rússia atacou a Ucrânia nas primeiras horas da madrugada desta quinta-feira, 24, gerando reações de líderes mundiais e da Otan. Uma operação militar nas regiões separatistas do leste ucraniano, explosões e sirenes foram ouvidas em várias cidades do país.
Autoridades da Ucrânia informaram que pelo menos 50 pessoas morreram e seis aviões russos teriam sido destruídos. Na manhã desta quinta, longas filas se formaram nas principais avenidas de Kiev com moradores tentando deixar a região. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, convocou a população para defender o país e disse que “cidadãos podem utilizar armas para defender território”.
Em seu pronunciamento antes do ataque, Putin justificou a ação ao afirmar que a Rússia não poderia “tolerar ameaças da Ucrânia”. Putin recomendou aos soldados ucranianos que “larguem suas armas e voltem para casa”. O líder russo afirmou ainda que não aceitará nenhum tipo de interferência estrangeira.
O que você precisa saber sobre o ataque
- Nas primeiras horas da madrugada desta quinta-feira, 24, Putin ordenou um ataque no leste da Ucrânia, em regiões que ele reconheceu como independentes; as forças russas invadiram a Ucrânia por terra, ar e mar;
- Explosões foram ouvidas em diversas cidades, inclusive em Kiev;
- Autoridades ucranianas dizem que pelo menos 50 russos foram mortos e seis aviões teriam sido abatidos no leste do país;
- O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, autorizou cidadãos a pegarem armas para defender o país e pediu doação de sangue;
- Longas filas foram registradas nesta manhã em Kiev nas principais rodovias, com moradores tentando deixar o país;
- Países da Europa Central iniciaram os preparativos para receber pessoas que fogem da Ucrânia
- O presidente dos EUA, Joe Biden, disse que Washington e seus aliados imporiam “sanções severas” sobre o que ele chamou de “guerra premeditada” de Putin
- A China rejeitou chamar os movimentos da Rússia sobre a Ucrânia de “invasão” e pediu a todos os lados que exerçam moderação
- A Bélgica pediu que a União Europeia pare de emitir vistos para russos
- Países da Europa acionam Artigo 4º da Otan para lançar consultas sobre a situação — o que poderia desencadear uma resposta conjunta
- Otan reforçará forças no flanco leste da aliança, anuncia secretário-geral
Presidente ucraniano pede para pessoas usarem armas
Horas após o ataque, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, concedeu uma entrevista coletiva liberando o uso de armas para “defender o território“. Ele pediu doação de sangue e afirmou que todos que estivessem preparados para defender o país deveriam se apresentar às forças militares.
Otan aumentará tropas no leste da Ucrânia
A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) reforçará ainda mais suas tropas no flanco leste da aliança, disse o secretário-geral Jens Stoltenberg na manhã desta quinta-feira. A aliança militar informou que vai colocar mais de 100 aviões de guerra em alerta máximo na região.
“Nos próximos dias e semanas, virão ainda mais (soldados). Estamos aumentando nossa presença na parte leste da aliança”, disse ele a repórteres em Bruxelas. A Otan também ativou seus planos de defesa para facilitar um movimento mais rápido de tropas, disse Stoltenberg.
“O Conselho do Atlântico Norte decidiu ativar nossos planos de defesa a pedido do nosso principal comandante militar, General Tod Wolters. Este é um passo prudente e defensivo para proteger e proteger as nações aliadas durante esta crise, e nos permitirá enviar capacidades e forças, incluindo a Força de Resposta da Otan, para onde forem necessárias”, declarou.
Reação do mercado financeiro
Os mercados asiáticos, europeus e os mercados futuros dos Estados Unidos despencaram após a operação militar russa na Ucrânia. Os investidores analisam como a invasão da Ucrânia vai impactar a economia na Europa. A Rússia é um dos principais fornecedores de gás natural do continente. A Alemanha anunciou a suspenção da certificação do gasoduto Nord Stream 2, o que deve impactar os preços.
A Bolsa de Moscou suspendeu as operações “até novo aviso”.
Os investidores também temem que a ação militar eleve os preços do petróleo. Veja mais informações no CNN Brasil Business.
Moradores tentam deixar Kiev
Fotos da capital ucraniana Kiev, na manhã desta quinta-feira, 24, mostram longas filas de carros tentando sair da cidade após a Rússia lançar um ataque contra o país nesta madrugada.
O trânsito intenso tinha como direção o Oeste, longe de onde as explosões foram ouvidas pela manhã, com poucos carros indo para o Leste.
Embaixada brasileira em Kiev dá orientações
A Embaixada do Brasil na Ucrânia pediu para que os brasileiros presentes na capital Kiev não saiam ainda da cidade devido “grandes engarrafamentos” registrados. “Os brasileiros que buscarem deixar a cidade nesse momento devem contar com grandes dificuldades. Solicita-se aguardar novas instruções da embaixada”.
Para os demais, a orientação foi “deslocar-se por meios próprios para outros países ao oeste da Ucrânia” o mais rápido possível, acrescenta a Embaixada, após informarem-se sobre a situação de segurança no local. Já havia sido orientado que as pessoas presentes em Donetsk e Luhansk deixassem a região imediatamente.
Para os brasileiros presentes à margem esquerda do rio Dnipro, que corta todo o país, devem se dirigir ao oeste por meios próprios. Caso não seja possível, a orientação é seguir para Kiev e contatar a Embaixada assim que possível. Foi divulgado um número de plantão consular para o auxílio dos brasileiros, o +380 50 384 5484.
“Solicita-se que o número seja utilizado apenas em caso de necessidade extrema. Orientações à comunidade continuarão a ser transmitidas por este canal (Telegram e Facebook)”, finaliza a nota. Também há um e-mail a disposição dos cidadãos, o [email protected].
Mapa do conflito
O ataque de Putin ocorre no Leste da Ucrânia. O presidente russo declarou duas regiões como independentes: Donetsk e Luhansk. O reconhecimento provocou reações e sanções de líderes mundiais. A Ucrânia luta para manter as áreas.
Com informações da CNN Brasil
Fotos: Reprodução CNN Brasil