A abertura da janela partidária nesta quinta-feira, 3, ligou o sinal de alerta dos deputados estaduais da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) que podem acelerar o processo de migração para outros partidos. A janela partidária dura 30 dias em cada ano de eleição e permite a troca de sigla sem resultar em infidelidade partidária e perda de mandato.
O prazo de um mês está previsto na Lei das Eleições (Lei 9.504/1997, Artigo 93-A). De acordo com a legislação, a janela se abre todo ano eleitoral, sempre seis meses antes do pleito. Neste ano, o período de troca partidária fica aberto até 1º de abril.
Fontes confirmaram com exclusividade ao Portal O Poder que ao menos cinco parlamentares já estão de “malas prontas” e em fase de conversas para a escolha do novo partido. O deputado Saullo Vianna (PTB), que vai disputar uma cadeira da Câmara Federal, ao ser questionado pela reportagem para onde deveria migrar preferiu ser diplomático, mas deixou escapar que deve se filiar no “PWL” (Partido do Wilson Lima), confirmando que vai acompanhar o governador, que deve deixar o PSC para se filiar ao PP ou ao União Brasil.
“As definições só vão acontecer na reta final da janela partidária. Agora é a hora de todo mundo conversar e eu conversei com alguns já, mas defini o meu partido e eu vou para o PWL (Partido do Wilson Lima)”, afirmou.
Dermilson Chagas (sem partido), que deixou o Podemos e estava de “namoro” com o MDB e pode ir para o Republicanos, preferiu ser cauteloso e disse que vai avaliar a melhor proposta. “Eu vou esperar até o último dia da janela partidária. As melhores propostas, quem fica com quem, quem será candidato ao governo e a presidente da República. Tem mais partidos que fizeram o convite, mas não vou decidir agora”, ressaltou.
A atual titular da Secretaria de Assistência Social do Estado do Amazonas (Seas), Alessandra Campêlo, que deve retornar nos próximos dias para a Assembleia Legislativa e reassumir a sua cadeira de deputada no lugar do suplente Ângelus Figueira (DC), deverá deixar o MDB e ter como destino o PSC do governador Wilson Lima. Já Fausto Júnior (MDB), que nesta eleição vai tentar uma das oito cadeiras de deputado federal, deve migrar para o PL e também em clima de mistério confirmou que em breve vai anunciar a sua filiação em uma nova sigla, mas não quis adiantar qual. Fontes confirmaram que as conversas do deputado com o PL estão adiantadas e que ele já está se despedindo do senador Eduardo Braga e do MDB.
O caminho de Fausto deve ser seguido pelo deputado estadual Delegado Péricles, ex-PSL, que não aceitou a fusão do PL com o DEM e não quis entrar no União Brasil. O parlamentar deve mesmo caminhar com o PL em busca da reeleição para deputado.
Tony Medeiros está em ritmo de despedida do PSD e fontes confirmaram que, brevemente, ele deve participar de uma reunião com o senador Omar Aziz para anunciar que está deixando o partido. Medeiros foi convidado pelo prefeito David Almeida para se filiar ao Avante, que vai tentar fazer ao menos seis deputados estaduais, formando um “super partido” com os futuros filiados Sabá Reis (secretário Municipal de Limpeza Pública), o deputado Abdala Fraxe (Podemos), que deve migrar para a sigla do prefeito, além do ex-vereador Gedeão Amorim (Avante), a ex-deputada federal Conceição Sampaio, que vai deixar o PSDB, o vice-prefeito Marcos Rotta e a deputada Therezinha Ruiz, que também vai deixar o “ninho tucano” do PSDB indo para o Avante.
Therezinha Ruiz, que também está de “malas prontas” para entrar no Avante de David Almeida, foi cautelosa e afirmou que o período de troca de partidos começou. “Entramos no período possível de troca de partido. Meu propósito continua sendo servir à população amazonense e, por esse motivo, meu posicionamento atual quanto à mudança de partido, é uma avaliação cautelosa e muito importante como parlamentar para decidir de forma assertiva e segura”, afirmou.
O deputado Álvaro Campelo (PP) que, segundo fontes, também deve deixar o Progressista, não adiantou para onde deve migrar. O parlamentar não confirmou que está de mudança para o Avante. “Também não há nenhuma conversa neste sentido. Vou conversar com a direção do meu partido e tomar qualquer decisão no momento certo. Não recebi convites”, ressaltou.
Augusto Costa, para O Poder
Foto: Acervo O Poder
Edição e Revisão: Alyne Araújo e Henderson Martins