novembro 23, 2024 16:01

RR: Teresa Surita lança livro sobre políticas públicas para crianças nesta terça-feira

Roraima – Teresa Surita (MDB), lança, nesta terça-feira, 17, um Guia de Políticas Públicas para crianças. Neste livro, Teresa usa a sua experiência de cinco mandatos à frente da Prefeitura de Boa Vista para mostrar a prefeitos, governadores e outros gestores públicos como é possível implantar uma política pública capaz de ajudar as crianças a se desenvolverem melhor, na família, na escola e na vida. O evento ocorre às 9h30, no Teatro Municipal de Boa Vista.

É a primeira vez que Surita faz um registro abrangente e detalhado da política integrada e intersetorializada para crianças de 0 a 6 anos, implantada em suas duas gestões, que transformou Boa Vista na Capital da Primeira Infância, uma referência nacional e internacional sobre o tema.

Teresa, nesse guia, mostra de forma didática, o passo-a-passo da construção da política pública. Assim, a leitura pode estimular mais gestores públicos e facilitar seu caminho na criação de ações e serviços públicos em favor dos pequenos.

O leitor encontra orientações importantes sobre as etapas da elaboração e da implementação da política integrada, sempre fundamentadas com a visão e a perspectiva estratégica de Teresa. Para tornar a leitura mais leve e inspiradora, o guia traz exemplos do que foi realizado em Boa Vista.

Com este livro, Teresa dá mais um passo em favor da Primeira Infância: ela sistematiza e compartilha o conhecimento construído na experiência exitosa desses anos à frente da Prefeitura de Boa Vista.

“Muita gente, do Brasil e de outros países, vem nos visitar para conhecer nossa política integrada para a primeira infância. Muitos perguntavam se havia algo escrito sobre nossas ações e serviços, mas tudo foi construído enquanto caminhávamos. Só agora, com o trabalho consolidado, pudemos ter tempo para registrar tudo e compartilhar. Sempre me pautei pela ciência, e a ciência implica transmitir o conhecimento que alcançamos. Não tínhamos um modelo nem exemplos a seguir, mas agora podemos oferecer essas sugestões aos gestores públicos que, como eu, priorizam o desenvolvimento integral das crianças”, afirma Teresa.

“Boa Vista terá uma sociedade muito mais equilibrada e próspera em alguns anos, resultado dos cuidados com a 1ª infância”, afirma Teresa

Até 2013, as palavras ‘primeira infância’, ‘desenvolvimento infantil’, ‘fortalecimento de vínculos’ eram totalmente desconhecidas pelo poder público no Estado de Roraima e de certa forma nem mesmo a sociedade sabia a importância e o ganho de se cuidar da primeira infância, recomendados pela ciência e pelo Nobel da Economia. Com o retorno de Teresa Surita, eleita em 2012 para o quarto mandato como prefeita da capital Boa Vista, esse cenário mudou completamente.

A iniciativa de se investir na cidade pensando nas crianças partiu após a participação de Teresa em um curso de especialização de lideranças em desenvolvimento infantil feito em Harvard, uma das universidades mais conceituadas e prestigiadas do mundo, que fica em Cambridge, nos Estados Unidos. Foi lá que Teresa entendeu a importância dos investimentos nas crianças – desde a gestação até os seis anos de idade, fase considerada a mais importante da vida de todo ser humano.

Ao assumir a gestão municipal de Boa Vista, em 2013, amparada pelo Marco Legal da Primeira Infância, Teresa criou uma política pública específica para cuidar das crianças, que é hoje premiada e reconhecida no Brasil e no exterior, o programa Família Que Acolhe (FQA).

Com sede num dos bairros mais populosos de Boa Vista, inicialmente o FQA executou um trabalho de mapeamento das famílias, com cadastros e inscrições para a participação das atividades, capacitações e encontros entre pais e profissionais de saúde, educação, social e áreas essenciais para o desenvolvimento saudável da criança. Além disso, o programa oferece incentivos com a entrega de enxovais, berços, leite e outras assistências às famílias com maior vulnerabilidade social.

Dentre os serviços oferecidos no FQA estão a Universidade do Bebê (oficinas voltadas aos cuidados com a gestante e a criança), atendimentos médicos, acompanhamento da gravidez e entrega do Leite da Família. As beneficiárias recebem um calendário com toda a programação das atividades para o ano. Em tempos de pandemia, os serviços continuaram de forma on-line, com interação entre os profissionais e as famílias.

Cerca de 25 mil famílias já foram acompanhadas em Boa Vista por profissionais que atuam no programa Família Que Acolhe. “São, pelo menos, 25 mil pais e mães que receberam orientações sobre como amamentar o bebê, incentivos para leitura, a importância da participação dos pais e cuidadores no desenvolvimento da criança. São mais de 20 mil crianças que tiveram a vaga garantida nas creches de Boa Vista, uma política de incentivo à participação nas atividades e nos encontros. É um número impressionante e, com certeza, essas crianças quando se tornarem adultos ajudarão a formar uma sociedade mais igualitária e justa”, explica Teresa.

O foco está no cuidado da criança, desde a gestação até os seis anos de idade, que é, segundo Jack P. Shonkoff (diretor fundador do Centro de Desenvolvimento Infantil da Universidade de Harvard) -, a fase da vida quando se formam as capacidades intelectuais e motoras do ser humano, pois o cérebro está mais apto a absorver e processar informações. É o momento de maior intensidade na conexão dos neurônios.

Durante os encontros entre os profissionais e as famílias, na sede do programa Família Que Acolhe, são trabalhados a importância do afeto, a linguagem, cognição, ludicidade, a leitura desde a gravidez, o fortalecimento dos vínculos entre pais e filhos, dentre outros ensinamentos que incluem técnicas de preparação para o momento do parto, pós-parto, cuidados com a higiene e importância da amamentação. De acordo com Teresa, todas essas orientações, vivenciadas também com as atividades, possibilitam que a criança se torne um adulto mais saudável, mais equilibrado e mais preparado para o convívio em sociedade.

“Oferecemos um atendimento integral e intersetorial, que envolve todas as áreas importantes para o desenvolvimento humano. As crianças são acompanhadas por todas as áreas e serviços, seja na saúde, na educação, no social, por onde ela passa todos ficam sabendo o que está acontecendo com ela. Esse olhar diferenciado com as crianças também se estende em relação aos espaços públicos. Nas praças, nos parques e nas festas existe o espaço pensado nelas, para que explorem suas habilidades, de forma educativa e saudável. Esse trabalho de desenvolvimento infantil com certeza é o maior legado que deixei como prefeita de Boa Vista que, a partir dessas nossas intervenções, tornou-se a Capital da 1a infância no Brasil”, comemora Teresa.

Capacidade de gestão e experiência são primordiais para executar políticas públicas

A cada ano de gestão, Boa Vista foi aprofundando ainda mais os conhecimentos e reiterando a importância de investir-se nas crianças para que o futuro possa ser mais próspero e humano. A partir das políticas públicas que se iniciaram no FQA, a cidade passou a ser vista pelo Brasil e o mundo como uma capital modelo nos cuidados com as crianças, tendo como referência os ensinamentos implementados por Teresa, como gestora de uma capital/estado, onde vive 70% da população de Roraima.

O Governo Federal utilizou as metodologias do Família Que Acolhe para criar o programa Criança Feliz. Diversas Ongs e instituições nacionais e internacionais, como Fundação Bernard Van Leer, Maria Cecília Souto Vidigal, Instituto Primeiros Anos, Banco Interamericano de Desenvolvimento, Instituto Alfa e Beto, Instituto Alana passaram a apoiar as iniciativas de Boa Vista.

Em 2017, Teresa adotou a metodologia Reach Up and Learn, aplicada na Jamaica. Os visitadores compartilham e orientam as famílias com técnicas de fortalecimento parental e desenvolvimento infantil por meio de brinquedos recicláveis. As crianças são estimuladas a desenvolver habilidades cognitivas e motoras e os pais a fortalecer o vínculo com os filhos. “É uma brincadeira com intencionalidade, de acordo com a faixa etária do bebê e a necessidade correspondente de estímulos”, afirma Teresa. Boa Vista foi a primeira cidade brasileira a desenvolver essa sistematização.

Representantes da Universidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, estiveram em Boa Vista, acompanhando as atividades do programa Família Que Acolhe e fizeram pesquisas em parceria com o Instituto IAB. Eles avaliaram, através do projeto Leitura Desde o Berço, uma das atividades do FQA, que quando pais leem para crianças, há um aumento de 14% no vocabulário e de 27% na memória. “Foi mais um avanço para Boa Vista, essa parceria com a universidade porque passamos a ser vistos pelo mundo como pioneiros em atividades e incentivos que fortalecem vínculos e a interação entre pais e filhos, mesmo durante a gestação, através da leitura”, disse Teresa.

Boa Vista também promoveu o 1º Fórum Nacional da Primeira Infância em 2019 que entrou para a história da cidade, que se consolida como a Capital da Primeira Infância. O evento reuniu especialistas de países como China, Japão, Estados Unidos e Holanda, representando instituições como Universidade de Harvard, Academia de Ciências de Nova York, as fundações Maria Cecilia Souto Vidigal, Getúlio Vargas e Bernard Van Leer.

Praças, escolas, postos de saúde passaram a receber investimentos com olhar nas crianças.

A partir desta metodologia, a cidade passou a ser construída sob o olhar infantil, investindo em praças e equipamentos públicos específicos para a primeira infância. Os abrigos de ônibus receberam temas infantis, escolas, postos de saúde, dentre outros locais de uso comum passaram a ser espaços preparados para oferecer um momento de aprendizagem, diversão e interação entre pais e filhos.

Os playgrounds infantis das praças ganharam piso emborrachado e equipamentos separados por idade, tudo feito com intencionalidade e de forma a incentivar os pais a participar das brincadeiras. Eventos do município passaram a ter um olhar inclusivo para as crianças, a exemplo do carnaval, arraial, que, desde quando Teresa assumiu a prefeitura, oferecem espaços lúdicos, brinquedotecas, banheiros familiares, cantinho da amamentação, dentre outras atividades que são ofertadas, também, no Família Que Acolhe.

“Boa Vista respira a primeira infância. Cada praça pública, cada evento, a comunicação, as escolas, as unidades de saúde, os trajetos das pessoas e das famílias têm todo um cenário, um cuidado e um olhar focado nas crianças. Se fazemos um evento, com certeza estará preparado o espaço especial e personalizado da criança, da mãe que está amamentando, dos irmãos pequenos, da família, com assistência, com brincadeiras, um lugar agradável e seguro”, explica Teresa.

‘Selvinhas Amazônicas’ transformaram a maneira de brincar em Boa Vista

Um sucesso entre pais e filhos. As Selvinhas Amazônicas, implantadas por Teresa em vários bairros de Boa Vista, atraem milhares de crianças todos os dias, que brincam de forma educativa, desenvolvendo habilidades e sendo estimuladas ao fortalecimento de vínculos familiares. As selvinhas são compostas por animais típicos da fauna de Roraima em formato gigante, com escorregadores, túneis, paredes de escalada entre outros brinquedos, que fazem com que a criança brinque ao mesmo tempo em que tome decisões importantes, estimule a criatividade e possa se desenvolver em sua plenitude.

Em Boa Vista, a maior Selvinha Amazônica está no Parque do Rio Branco, com mais de 7 mil metros quadrados, e vários animais típicos, árvore, plantas e brinquedos com áreas secas e molhadas. O local escolhido para a implantação do parque foi um dos maiores desafios da gestão de Teresa, pois era uma das áreas mais complexas e alagadiças da cidade, onde, por muitos anos, viveram mais de 350 famílias em situação de total vulnerabilidade social que, anualmente durante o inverno, precisavam ser retiradas de suas casas por conta das cheias do Rio Branco.

O Parque, entregue por Teresa em dezembro de 2020, depois de uma verdadeira transformação espacial e, principalmente social, é hoje o maior cartão postal da cidade e um dos pontos turísticos mais importantes de toda a região, com um mirante de mais de 120 metros de altura.

Educação é tudo. Cuidados com a primeira infância dentro de sala de aula.

A educação infantil de Boa Vista tornou-se referência para o Brasil, com o primeiro currículo infantil escolar implantado com foco na primeira infância. As crianças que participam do programa Família Que Acolhe e têm boa frequência dos pais nas atividades possuem vaga garantida nas creches da cidade. Essa é uma das iniciativas da política pública integral da primeira infância, que presta assistência social, oferece atendimentos de saúde, com consultas médicas e acompanhamento durante a gestação, com vaga garantida na creche e na escola, com a participação em atividades e programas de incentivo ao desenvolvimento das crianças.

As unidades de ensino de Boa Vista atendem a mais de 44 mil crianças, tanto na área urbana, como na rural e indígena. Os alunos têm acesso a aulas de robótica, tablets, mesas pedagógicas, notebook, LEGO, dentre outros equipamentos tecnológicos que estimulam o aprendizado e a permanência das crianças em sala de aula. Os professores de Boa Vista foram capacidades sobre os cuidados com a primeira infância e conseguem, hoje, estimular cada vez mais o desenvolvimento dos alunos dentro de sala de aula. As escolas têm quadras poliesportivas, playgrounds com pisos emborrachados e brinquedos inclusivos e acessíveis para qualquer criança, o que tornam as escolas cada vez mais atrativas.

Boa Vista está sensibilizada sobre os cuidados com a primeira infância

Com todo esse trabalho, segundo Teresa, Boa Vista passou a despertar a atenção não só dos moradores, mas de especialistas e outros gestores nacionais e internacionais, a partir dos resultados que foram aparecendo. “Um exemplo foi uma intervenção piloto que fizemos num bairro da periferia da cidade. Construímos o Caminho da 1a Infância, que é toda uma ligação entre escola, unidade de saúde, praça, CRAS, em que os trajetos foram preparados com pinturas, brincadeiras e equipamentos para que a criança tenha conforto, segurança e alegria de transitar por aqueles percursos”, explicou.

“Em Boa Vista, as crianças se apoderaram dos espaços públicos e, principalmente agora, em tempos de pandemia, as crianças aqui continuam a brincar, continuam a ser felizes, porque a cidade se preparou para elas”, enfatizou Teresa, reforçando que é no detalhe que a diferença ocorre. “No piso emborrachado dos parquinhos, na altura dos bancos das praças, nos brinquedos gigantes que instigam a criatividade e desafiam os limites, até as fontes que surpreendem e divertem. Todo o nosso trabalho volta-se para o empoderamento das crianças pela cidade”, comenta.

Hoje, a sociedade está sensibilizada a olhar a primeira infância com o cuidado que essa fase tão importante para a vida merece. Recentemente, Boa Vista foi considerada modelo em políticas públicas para crianças pelo Núcleo Ciência pela Infância. “Eu fico muito feliz de ter conseguido implantar esse trabalho e contribuir com uma infância mais livre, com maior autonomia e mais saudável para os pequenos e suas famílias que vivem aqui, no extremo Norte do Brasil, na Amazônia brasileira. A partir do olhar atento e cuidador na primeira infância, construímos uma cidade mais alegre, mais inclusiva, mais humana, que pode servir como exemplo para outros cantos do nosso Estado e para todo o Brasil. Assim a gente torce e espera”, afirma Teresa.

Programa premiado e reconhecido internacionalmente

Desde a criação das políticas públicas voltadas para o cuidado com a primeira infância, que garante atendimento às mães ainda grávidas até o filho completar seis anos de idade, o programa Família Que Acolhe e os investimentos em Boa Vista renderam prêmios nacionais e reconhecimento internacional à capital da primeira infância.

Teresa Surita, então prefeita de Boa Vista, foi a vencedora do Prêmio Prefeito Amigo da Criança, promovido pela Fundação Abrinq. Boa Vista venceu na categoria Boas Práticas, com o programa Família Que Acolhe (FQA). A iniciativa reconheceu os gestores municipais que investiram em ações voltadas à melhoria das condições de vida das crianças e dos adolescentes.

Em 2019, o projeto da prefeitura de Boa Vista conquistou o 2º lugar do Prêmio de Boas Práticas para a Primeira Infância, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O “Família que Acolhe” integra ações nas áreas de saúde, assistência social e educação, por exemplo.

Outras premiações:

  • Prêmio Inovação em Gestão Pública
  • Prêmio de Qualidade na Educação Infantil
  • Prêmio Geração da Paz
  • Prêmio Gestão Pública e Cidadania
  • Prêmio Cidades Sustentáveis 2019: Redução das Desigualdades

MINIBIO da autora

Histórico 

Concluiu no final de 2020 seu 5º mandato como prefeita de Boa Vista, com índice histórico de 93% de aprovação popular. Teresa foi a única mulher eleita em 2012 e reeleita em 2017 para governar uma capital brasileira, quando teve 79,39% dos votos válidos.

Foi Deputada Federal por duas vezes e Secretária Nacional de Programas Urbanos do Ministério das Cidades. Com especialização em Harvard, passou a desenvolver ações baseadas na importância científica, social e econômica de se investir na Primeira Infância.

Como gestora pública é responsável por grande legado de obras estruturantes e transformadoras na capital de Roraima, dentre elas o Complexo Ayrton Senna, o Parque do Rio Branco, Hospital Santo Antônio, Mercado Municipal, o Teatro Municipal de Boa Vista, a Vila Olímpica Roberto Marinho, Parque Germano Augusto Sampaio e a construção de 93 das 126 escolas municipais existentes.

Teresa utilizou sua visão política e experiência administrativa para lidar também, com grandes desafios como a crise humanitária da Venezuela e a pandemia do Corona Vírus. Por seu estilo inovador e gestão de resultados, Teresa tem sido convidada a compartilhar suas experiências no Brasil e no exterior (EUA, Inglaterra, Itália, Alemanha, Holanda, Dinamarca, Colômbia, Chile e Equador).

Atualmente, integra a Rede de Líderes para a Primeira Infância na América Latina e Caribe; é parceira da Bernard Van Leer Foundation e da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal; e esteve como Comissária da Lancet-Chatham House Commission 2020-2022, que vai sugerir ações globais de saúde pública pós-Covid 19.

 

Da Redação O Poder

Foto: Divulgação 

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