A briga entre Amom Mandel (Cidadania) e o vice-presidente da Câmara Municipal de Manaus (CMM), Wallace Oliveira (Pros), teve mais um capítulo nesta segunda-feira, 27, durante o Pequeno Expediente da Casa Legislativa. O motivo, novamente, é o resultado da votação do Requerimento nº 5.908/2022.
Antes que Amom Mandel subisse à tribuna, Wallace Oliveira o repreendeu falando que ele não estava presente no plenário Adriano Jorge quando o chamou pela primeira vez. “Vou flexibilizar, mas eu já tinha chamado Vossa Excelência. Então, às vezes, nós queremos cobrar muito e dar pouco. Vamos ter um pouco de critério”, criticou ao explicar para os demais parlamentares que é preciso estar atento à ordem de discursos no Pequeno Expediente.
‘Mentiras e desrespeito’
Mandel foi bastante crítico à Mesa Diretora, da qual faz parte por ser Ouvidor, sobre a condução do trabalho durante as Sessões. O parlamentar classificou como “mentira” as informações prestadas e como “desrespeitosa” a maneira como alguns parlamentares são tratados na Casa Legislativa.
“Hoje eu vim desmascarar algumas mentiras ditas nas últimas sessões. A primeira delas é que o nome de cada vereador que votou a favor ou contra os projetos mais polêmicos constaria em Ata. O que foi dito é uma mentira. Eu venho aqui revelar que, apesar do Regimento Interno preconizar que todo vereador tem direito de fala e direitos iguais, tempo flexibilizado, vereadores têm sido desrespeitados. Apesar de o Regimento preconizar que qualquer vereador pode suscitar uma votação nominal e que o painel, que custou centena de milhares a esta Casa, deverá ser utilizado, a presidência e a gestão da Casa tem, corriqueiramente, desrespeitado o uso do dinheiro público investido no painel. O Parlamento Municipal não pode servir para proteger os interesses de uns e não de outros”, denunciou o parlamentar.
O vereador ainda falou que algumas pessoas presentes na galeria da CMM, em tese, aberta à população, foram barradas na entrada da Casa Legislativa. Nesta segunda-feira, os professores do Cadastro de Reserva do concurso da Secretaria Municipal de Educação (Semed) e os trabalhadores do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) estiveram no local.
Mandel pediu mais transparência sobre os votos dos parlamentares. “Afinal de contas, se nenhum vereador tem nada a esconder e vota de livre consciência, não há porque não querer que o seu nome apareça nas redes sociais, conste neste painel e que a população de Manaus saiba como estão votando”, ironizou Mandel.
“Espero que não só a Constituição Federal tenha valor neste plenário, inclusive acima do Regimento Interno, mas que o voto popular concedido a cada um dos vereadores também seja respeitado. Esse é o princípio da publicidade e essa é a democracia brasileira que eu espero que ainda tenha valor neste plenário e nesta cidade”, finalizou Mandel.
Esclarecimentos
Wallace Oliveira prestou esclarecimentos em plenário falando que cometeu um erro na Sessão da semana passada e que, ao invés da Ata, os dados de quem votou estariam no Sistema de Apoio ao Plenário (Sapl).
“Foi um equívoco meu, não foi uma ‘mentira’. O respeito é uma mão de via dupla e só podemos pedir quando damos. Eu não posso, em hipótese alguma, aceitar o ‘mentiroso’. A perfeição que alguém deve ter aqui, realmente, atingiu um nível acima da média. Eu não usei má fé”, disse Oliveira ao explicar que o trâmite da Casa Legislativa é que os parlamentares que levantam a mão são os contrários à decisão e devem ser registrados no Sistema.
Oliveira criticou a postura de Mandel de levar o fato à tribuna e disse que não foi o melhor caminho escolhido pelo vereador. Lissandro Breval (Avante) e Raulzinho (PSDB) prestaram solidariedade ao vice-presidente.
Posteriormente, a informação foi refutada pelo vereador Amom Mandel, que mostrou que a informação não constava no Sistema de Apoio ao Processo Legislativo (SAPL). Wallace Oliveira disse apenas que possui vários Requerimentos no sistema sem informação também. Mandel também disse que várias vezes foi chamado de mentiroso e que nenhum parlamentar se solidarizou.
Priscila Rosas, para Portal O Poder
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