Em vários momentos da Sessão Ordinária desta quarta-feira, 6, da Câmara Municipal de Manaus (CMM), o presidente da Casa Legislativa, David Reis (Avante), e o vereador Amom Mandel (Cidadania) trocaram farpas. Ao pedir que Reis assegurasse a palavra enquanto discursava por causa das conversas paralelas em plenário, Mandel foi respondido com deboche.
“Já concedi”, respondeu David Reis.
“Eu preciso da ordem no plenário. A vereadora Glória Carratte (PL) estava reclamando e eu também preciso que o senhor garanta a ordem no plenário para que essa discussão possa caminhar”, voltou a pedir Mandel.
Após o pedido, o presidente garantiu a palavra a Amom, que interrompeu sua fala por causa de conversas paralelas. “Presidente, garanta a palavra, por favor”, voltou a pedir Mandel.
“O que houve, não está sendo garantida a palavra?”, questionou Reis.
“Próximo à bancada, não. Tem interrupções”, respondeu Mandel.
“O sistema de som existe para isso, vereador Amom. Quer calar o Parlamento?”, perguntou David Reis apontando para a Mesa Diretora.
“Eu quero fazer uma discussão”, disse Mandel.
“A palavra está com Vossa Excelência”, rebateu Reis.
“Peço restauração de tempo, por gentileza”, solicitou Mandel.
Na transmissão, Reis aparece rindo com deboche após o pedido de Mandel. “Pronto, vereador Amom, o que mais?”, disse o presidente.
Outros casos
Durante a votação do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR), os dois parlamentares voltaram a trocar farpas. Amom Mandel pediu novamente o registro do voto por meio eletrônico, mas David Reis não acatou o pedido.
“Vamos preconizar a soberania do plenário tendo em vista o tempo de 26 anos esperados pelos servidores. Vamos manter o rito que essa Casa já adota”, respondeu Reis.
“Presidente, quando Vossa Excelência se refere a mim como alguém que está tentando atrasar a votação, Vossa Excelência mente para todo mundo que está lá em cima (galeria)”, acusou Mandel.
“Eu quero que todos saibam como cada vereador está votando. Sim ou não. O rito está no Regimento Interno. O plenário não é soberano para descumprir a lei. Enquanto o Regimento Interno estiver valendo, ele tem poder de Lei, para mudar isso teria que ser via Projeto de Resolução. Foi investido dinheiro público no painel e temos que mostrar para todo mundo quem vai votar a favor ou contra”, finalizou.
David Reis respondeu que iria realizar o rito “adotado pela Casa de forma cultural” e encaminhou as votações das bancadas.
Priscila Rosas, para Portal O Poder
Foto: Divulgação