Os candidatos à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) se encontraram na noite deste domingo, 28, no primeiro debate presidencial das eleições deste ano. O candidato à reeleição atribuiu ao “Fique Em Casa” as dificuldades em seu governo e atacou o petista com assuntos como corrupção.
O evento foi organizado em pool por Folha de S. Paulo, UOL, TVs Bandeirantes e Cultura, apresentando pelos jornalistas Adriana Araújo e Eduardo Oinegue e também teve a participação dos candidatos Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Luiz Felipe d’Avila (Novo) e Soraya Thronicke (União Brasil).
O debate teve três blocos, nos quais os candidatos falaram de temas sorteados, responderam a perguntas de jornalistas e fizeram perguntas entre si. O primeiro tema foi economia e os candidatos Felipe d’Avila e Soraya Thronicke.
“A economia está estagnada há mais de 20 anos. Precisamos cortar o desperdício da máquina pública”, disse o presidenciável pelo Novo, que aproveitou a oportunidade para se apresentar ao eleitor e fazer críticas à gestão de Bolsonaro.
Por sua vez, a candidata do União Brasil também se apresentou e ressaltou que a presença de todos os candidatos é fundamental. “Não comparecer ao debate é um ato de covardia. Vim para falar com os eleitores, temos uma solução para o nosso país, que é o imposto único. No decorrer da campanha, falarei mais da minha proposta inovadora e revolucionária”.
Em seguida, os candidatos Simone Tebet e Jair Bolsonaro responderam a questão sobre ordem e progresso para o Brasil. A candidata do MDB disse que é preciso que um presidente não ameace a democracia, respeite a imprensa e os três poderes, que precisam exercer suas funções. “Precisamos trocar o presidente da República”, enfatizou.
Sem saudar o público e os presentes no debate, Bolsonaro iniciou sua fala dizendo que não tem problemas com os poderes. “Assumi a presidência e escolhi meus ministros, o que gerou desconforto em alguns partidos. Houve problemas com o Supremo Tribunal Federal, como interferências, por exemplo. A harmonia tem que existir e o respeito não falta de minha parte”, afirmou.
Lula e Ciro Gomes foram os seguintes e responderam sobre Educação, que foi prejudicada durante a pandemia de covid-19. Houve retrocesso na aprendizagem e aumento da evasão escolar.
“Não temos informação do Ministério da Educação sobre os dados de crianças na escola. A evasão é muito grande e precisamos resgatar esses estudantes. Vou convocar uma reunião com governadores e prefeitos para fazer uma ‘guerra’ contra o atraso educacional. Quintupliquei o orçamento da educação, que foi abandonada nesse país”, disse Lula que iniciou seu discurso agradecendo à TV Bandeirantes.
Por sua vez, Ciro Gomes elogiou a educação do Ceará, mas afirmou que é necessário mudar a brasileira. “Precisamos mudar o modelo da educação. Estamos atolados em uma difícil realidade.
Em seguida, os candidatos fizeram perguntas entre si. O primeiro a perguntar foi Jair Bolsonaro, que escolheu Lula.
A pergunta foi sobre corrupção relacionada à Petrobras e falta de água no Nordeste. “Você quer voltar ao poder para quê, se o seu governo foi feito à base de roubo?”, perguntou o candidato ao petista.
“Citar números mentirosos não compensa na televisão. Fiz investigação para apurar corrupção, fiscalizações”, respondeu Lula, que foi considerada mentirosa por Bolsonaro.
“Meu governo é marcado por inclusão social, maior aumento de salário mínimo, além de inúmeros benefícios para o povo na Saúde e na Educação, o menor desmatamento na Amazônia. Houve uma revolução no Brasil, que ficou mais respeitados por outros países”, completou Lula ao dizer que Bolsonaro adora falar de números que não existem.
Em seguida, Ciro Gomes escolheu Bolsonaro para responder e disse que o atual presidente fala “muitos absurdos e aberrações”. “As pessoas no Brasil não têm fome, segundo o senhor. A fome está no lar de muitos brasileiros. Como o senhor interpreta?”, perguntou.
“Isso tudo está relacionado ao ‘Fique em Casa’. Atendemos aos mais necessitados. A extrema pobreza no Brasil diminuiu no meu governo, que negociou o valor do Bolsa Família contra o voto do PT na Câmara. O meu governo atendeu aos mais necessitados”, respondeu Bolsonaro, ao ler dados sobre o Auxílio Brasil.
“O presidente desconhece alguns números do Brasil, como o 125 milhões de brasileiros passando fome. Precisamos transformar a política de renda, garantindo mais benefícios ao povo”, rebateu Ciro Gomes ao ouvir de Bolsonaro que o atual governo está melhorando o país.
Felipe D’Ávila perguntou sobre Educação para Ciro Gomes. O candidato falou de geração de emprego na era do conhecimento e falou que os estudantes continuam não aprendendo e os professores continuam não ensinado. Outro tema lembrado pelo candidato do Novo foi o escândalo do Ministério da Educação.
“Ainda estamos na fase do ‘decoreba’, precisamos mudar esse padrão. Serei o presidente da educação e quem vai cuidar do bolso da família brasileira”, disse Ciro.
D’Ávila informou que o curso de pedagogia é arcaico atualmente e é necessário focar na formação dos professores. “Não podemos mais desperdiçar o dinheiro da máquina pública. As crianças precisam de mais educação”, afirmou.
“Motivar o professor para tirar a educação do desastre em que se encontra. Precisamos de uma remuneração melhor e equipamentos melhores nas nossas escolas, que precisam de qualificação”, rebateu Ciro, que se referiu várias vezes ao Ceará.
Soraya escolheu Simone para ser questionada. A pergunta foi sobre Saúde e o tema se voltou para o período de pandemia de covid-19, que prejudicou consultas e exames.
“Saúde pública é importante e a pandemia poderia ter sido melhor gerida se o presidente da República fosse mais sensível à dor alheia. Eu estava na CPI, houve atraso na compra da vacina e Bolsonaro não pegou a moto dele para ser solidário com os familiares de quem perdeu um ente querido. Não tivemos coordenação na pandemia. Houve atrasos por conta do orçamento secreto. A população não pode morrer prematuramente”, respondeu Simone.
O atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) é bonito apenas no papel, disse Soraya. A presidenciável informou que usará a capacidade da iniciativa privada para complementar o SUS.
Por sua vez, Simone falou que vai atualizar a tabela SUS para ampliar atendimento em unidades de saúde. “A tabela está defasada. Vamos tirar do orçamento secreto para dar dignidade à saúde de quem mais precisa porque o pobre morre nas filas dos hospitais e o rico tem fácil atendimento”, comentou.
A questão climática foi outro tema mencionado na pergunta de Lula para D’Ávila. “É preciso desmatar, segundo o atual governo”, disse.
“O Brasil tem potencial para plantar árvore e impulsionar a energia renovável. Vamos criar o emprego verde para retomar o crescimento. O meio ambiente precisa ser tratado com seriedade para atrair investimento estrangeiro. O agro brasileiro é o que mais sofre e é o mais sustentável do mundo”, enfatizou.
“Gente do governo até incentiva a destruição de biomas como a Amazônia, Pantanal e outros. Precisamos reduzir o desmatamento”, ressaltou Lula.
“O PT me dá a impressão que não gosta do mercado. Precisamos olhar o mercado com juízo. Preservar o Brasil é atrair investimento. Temos que usar o carbono zero a nosso favor e recuperar a credibilidade internacional, sem tratar o meio ambiente com descaso”, rebateu D’Ávila.
A última pergunta foi feita por Simone a Soraya. O tema escolhido foi Educação, ambas foram professoras e enfatizaram a importância do tema.
Soraya quer isentar de imposto de renda todos os professores, tanto do ensino público quanto do privado. “Isso não é conto de fadas. O imposto único federal vai colaborar. Hoje, temos uma educação de quinta categoria”, destacou.
“Vamos acabar com creches paralisadas e colocar todas as crianças dentro do ensino infantil. Os jovens terão mais oportunidade com o Poupança Jovem com um benefício de R$ 5 mil para priorizar sua educação”, pontuou Simone.
Comentários de candidatos
O segundo bloco teve perguntas de jornalistas. A primeira pergunta foi feita por Rodolfo Schneider, do grupo Bandeirantes, ao candidato Bolsonaro. O tema foi Economia e o escolhido para comentar foi Lula.
Em sua resposta, Bolsonaro aproveitou para alfinetar o PT e informou que o valor do Auxílio Brasil se manterá no próximo ano, caso eleito. Atualmente, o valor é de R$ 600, que deve permanecer até o fim do ano. “Conseguimos renegociar os precatórios, contra o voto do PT na Câmara, porque é melhor para o partido. Diminuímos o teto do ICMS e reduzimos o valor do combustível, também contra o voto do PT. Não roubamos o povo”.
“A manutenção dos R$ 600 não está na LDO que foi mandada para o Congresso. O PT reivindica os R$ 600 no Bolsa Família porque a bancada acha que o povo precisa desse benefício. O candidato adora numeros absurdos que nem ele acredita. Ele está ‘fatiando’ a Petrobras”, afirmou Lula
“Está no seu DNA mentir. Após as eleições buscaremos mais recursos, não podemos ser inconsequentes, temos de onde tirar recursos. O PT pagava uma miséria de Bolsa Família. a economia está mudando e o brasil será referência”, rebateu Bolsonaro
A próxima rodada teve pergunta sobre a cobertura vacinal. Ciro Gomes foi o escolhido, com comentário de Bolsonaro.
“O Brasil está com tudo fora do lugar e me choca ouvir Bolsonaro dizer que a economia está ‘bombando’. Cinco milhões de brasileiros desistiram de procurar emprego. Não há vagas em nenhum lugar, mas há mentira em todos os cantos. Quase 50 milhões de pessoas não nos ouvem nesse debate, estão na informalidade”, respondeu Ciro
Bolsonaro não gostou da pergunta feita pela jornalista Vera Magalhães. “Você é uma vergonha para o jornalismo brasileiro”, alfinetou.
Ciro, por sua vez, disse que é necessário mais harmonia. No entanto, voltou para o tema e disse que o Brasil era considerado um exemplo na cobertura vacinal. “Houve propina na compra de vacina. Estamos no fundo do poço”, disse.
A jornalista Patrícia Campos Melo, da Folha, falou sobre a união da esquerda e perguntou para Lula sobre como vai se relacionar com Ciro Gomes em um eventual segundo turno.
Lula, em sua resposta, falou da cobertura vacinal e disse que é grato a Ciro Gomes. No entanto, está construindo uma aliança política e pretende atrair o PDT para seu governo.
Por sua vez, Ciro disse que não tem problemas pessoais com Lula e citou que Bolsonaro foi um protesto sobre a situação econômica deixada pelo PT no Brasil. “Meu distanciamento é porque Lula se deixou corromper”, observou.
‘Você vai me pedir desculpas porque sabe que está dizendo inverdades ao meu respeito. Não fui para Paris para não votar no Haddad. Se eu estivesse em liberdade, eu teria vencido as eleições e fui considerado inocente em todos os meus processos”, rebateu Lula para Ciro.
A jornalista do UOL, Thaís Oyama, escolheu Simone para responder sobre vitimismo feminino. Soraya foi escolhida para comentar.
“Ser feminista é defender os direitos das mulheres. Precisamos olhar pelas mulheres menos favorecidas, defender a igualdade salarial entre homens e mulheres. O Brasil é majoritariamente feminino. Se formos negras, o benefício é ainda menor. A bancada feminina no Senado é atuante. As teorias do PT provocaram as diferenças. Ser feminista é respeitar as diferenças entre ideias”, afirmou.
Soraya, por sua vez, aproveitou seu tempo para se solidarizar com a jornalista Vera Magalhães. A candidata também enfatizou o feminismo e o respeito entre mulheres.
Em seguida, a jornalista da Folha, Mônica Bérgamo, perguntou para a candidata Soraya sobre religião. “Sou cristã e estou chateada com o que aconteceu com Vera. Alguns homens são ‘tchutchuca’ com outros homens e ‘tigrão’ com as mulheres. O PT nos manipulava e o atual governo age da mesma forma. É necessário ter respeito e liberdade religiosa, sem utilizar o nome de Deus em vão. Tem candidato perdendo eleitor por causa da falta de respeito com a religião”, observou.
“A crença é importante. Sou católico e mantenho a religião longe da política. Temos que respeitar a todos”, comentou D’Ávila.
“Chega de briga e de usar o nome de Deus em vão. Vamos mudar a história desse país. Não estou aqui para disfarçar”, disse.
A jornalista Thays Freitas, da Rádio Bandeirantes, perguntou sobre infraestrutura para o candidato Felipe D’Ávila. A produção agrícola foi citada.
“Precisamos de segurança jurídica. O Congresso aprovou projetos importantes, como o que diz respeito à melhoria da ferrovia. Empresas ineficientes prejudicam o saneamento do país. Precisamos de recursos privados. É o mercado que resolve. Precisamos privatizar tudo no país e escolher os melhores para atrair parceria público-privada ao Brasil. Os alimentos são desperdiçados e gera fome no Brasil”, comentou o candidato.
Simone disse conhecer a realidade agropecuária do país. “Muitos projetos podem impulsionar a economia brasileira e gerar emprego no Brasil. ‘Rasgar’ ferrovia no país nos deixará mais competitivos no mercado”, ressaltou.
Confronto direto
O terceiro bloco do debate presidencial foi mediado pelos jornalista Leão Serva, da TV Cultura, e Fabíola Cidral, do UOL. As pergunta desta rodada foram feitas entre os candidatos.
Simone Tebet foi a primeira a perguntar e perguntou a Bolsonaro, que defendeu um assassino e torturador de mulheres, votou contra os direitos das empregadas domésticas, entre outros casos. A candidata falou sobre fake news e questionou Bolsonaro sobre o ódio que ele sente das mulheres.
“A senhora me acusa sem provas. Cumprimento a primeira-dama que atua na área social. Parem de me acusar. A senhora, em toda sua plenitude, pare com discurso barato”, se defendeu Bolsonaro.
Por sua vez, Simone Tebet disse que Bolsonaro fabrica fake news e falou sobre o respeito às mulheres e cobrou exemplo e seriedade de quem ocupa um cargo de presidente. “Nosso governo será de amor para melhorar o Brasil”, ressaltou.
Bolsonaro afirmou que defende a propriedade privada, direito de defesa às mulheres. “Não intimidamos, pregamos a união.
Soraya fez pergunta para Lula sobre inflação e desemprego. O petista falou que, em seu governo, reduziu os números do desemprego e conseguiu iniciar uma reserva internacional, após o país ter “quebrado”.
“Seu partido é corrupto-confesso. Seus economistas são ‘mofados’. Temos o imposto único federal como solução para aumentar o poder de compra do brasileiro e diminuir a inflação”, destacou Soraya.
Lula rebateu ao dizer que o pobre voltará a comer. “Vamos dar cidadania ao brasileiro e fazer com que ele tenha mais direitos. É isso que sabemos fazer”, rebateu.
Ciro Gomes perguntou sobre dívidas dos brasileiros para Fernando D’Ávila. “Estamos em um realismo. Democracia brasileira está fragilizada com a corrupção”, disse D’Ávila.
“Em oito anos e PT e três de Bolsonaro não houve crescimento”, afirmou Ciro Gomes.
“Precisamos abrir a economia, investir na educação, no meio ambiente e chamar o setor privado para conversar, que é quem gera riqueza”, rebateu D’Ávila.
Em sua vez de perguntar, Bolsonaro escolheu Ciro para responder. O tema escolhido foi políticas para mulheres.
Ciro aproveitou o momento para ressaltar o lado machista de Bolsonaro quando disse que “deu uma fraquejada” e, por isso, teve uma filha mulher. “O senhor não tem sensibilidade com as mulheres. É um problema no seu governo”, disse Ciro.
Bolsonaro rebateu. “Ciro, você já declarou que a função de sua mulher era dormir com você. Peça desculpas”, retrucou.
Ciro pediu desculpas e disse que Bolsonaro teve problemas com toda as sua esposas. “Aprendi com este comentário infeliz e você ficou imitando pessoas passando mal com a covid-19 em Manaus”, rebateu.
Na rodada seguinte, Lula escolheu Simone para responder sobre a CPI da Pandemia. Ela foi questionada se houve negligência na gestão. A candidata informou que houve corrupção tanto no atual governo quanto na gestão do PT.
Simone também informou que em seu governo terá transparência total e que é contra a reeleição. A candidata também citou os casos de brasileiros que passam fome, como o do menino que ligou para o 190 para pedir comida.
Fernando D´Ávila perguntou para a candidata Soraya Thronicke sobre orçamento. A candidata ressaltou que os brasileiros precisam criar o hábito de doar.
“O mundo de Lula está nas propagandas dele e o de Bolsonaro está em seus grupos de WhatsApp. Tudo o que proponho para esse país tem uma explicação, tenho uma proposta estudada há 30 anos”, enfatizou.
Na rodada seguinte, o jornalista Leão Serva fez perguntas sobre segurança pública. Ciro Gomes disse que arma só serve para matar.
“Bolsonaro foi assaltado no Rio de Janeiro e o bandido levou a arma dele. Há uma ‘frouxidão’. Vou instrumentalizar a Polícia Federal para que possamos enfrentar o contrabando de armas”, disse Ciro.
“As pessoas precisam se defender e votei a favor da autodefesa porque a segurança pública está ‘sucateada’. Nas fazendas há muita dificuldade e é necessário investimento e autonomia para a Polícia Federal”, disse Soraya Thronicke.
A jornalista Ana Estela de Souza da Folha de S. Paulo perguntou sobre política voltadas para as mulheres. Ela questionou se os ministérios serão ocupados por mulheres.
“Vou indicar as pessoa com capacidade. Indiquei um negro para a Suprema Corte e posso indicar muito mais. Mas não posso assumir um compromisso numericamente. Espero ter mais da metade da mulheres na Suprema Corte”, afirmou Lula.
“A primeira coisa que fiz na minha candidatura foi dizer que o meu ministério será igual para homens, mulheres e negros. Meu ministério não terá ninguém envolvido em escândalo de corrupção”, completou Simone Tebet.
Fabíola Cidral também perguntou sobre políticas públicas para mulheres. “Há muita impunidade no Brasil e precisamos replicar as boa experiências existentes. É necessário cumprir a lei sem inventar política pública nova”, disse Fernando D’Ávila.
Bolsonaro, por sua vez, disse que os índices de violência contra a mulher em seu governo diminuíram. O candidato também repetiu as ações da primeira-dama, Michele Bolsonaro, em seu governo.
Direitos de resposta
Bolsonaro pediu vários direitos de resposta. A comissão analisou e concedeu apenas um. O candidato chamou Lula de ex-presidiário e negou todas as acusações feitas a ele ao dizer que tudo “não passava de fake news”.
O pedido feito por Lula foi considerado improcedente. Ao fim do debate, foi concedido o direito de resposta ao petista. “Fui preso para ele se eleger presidente. Hoje, estou muito mais limpo. Fui julgado e considerado inocente por todas as instituições. Num decreto só vou apagar todos os seus erros, Bolsonaro”, rebateu Lula.
Bolsonaro pediu, novamente, direito de resposta. A comissão julgou improcedente.
Considerações finais
Ciro Gomes agradeceu aos eleitores que acompanharam ao debate. O candidato também prometeu, se eleito, tirar o país do caos da corrupção. “O Brasil montou uma máquina de transferir renda e houve aumento no pagamento de juros. Quero uma oportunidade para mudar isso. A situação está deprimente”, afirmou.
Lula se solidarizou à jornalista Vera Magalhães. Em seguida, falou de sua experiência. “Sei o que fiz e o que vou fazer. Sei que é difícil, mas estou preparado para trazer de volta a dignidade para este país, que hoje está medíocre. Não vou falar mais para não humilhar o atual presidente”, declarou.
Bolsonaro disse que as eleições estão polarizadas e voltou a chamar Lula de ex-presidiário. “O presidente da Argentina visitou Lula na cadeia e hoje a Argentina está na miséria. O que vai acontecer com este país se o ex-presidiário voltar para a presidência? Não merecemos isso”, afirmou.
“Dois candidatos falaram do passado e alimentam o ódio. O Brasil tem que escolher entre corrupção do PT e escândalo do atual governo. Não podemos fazer isso e vamos combater o retrocesso no Brasil”, disse Simone Tebet.
Em seu discurso final, Soraya Thronicke agradeceu a oportunidade de participar do debate. “Tenho um projeto real que será aplicado imediatamente e com um imposto só levaremos dignidade para todas as pessoas. A proposta está madura e pode ser aplicada. Chega de confusão. Ao lado de Marcos Cintra, vou resolver o problema da sua vida. Tenho a solução”, enfatizou.
“Precisamos de gente com coragem. Ninguém aqui falou como fará a economia crescer. O que temos que fazer é deixar a economia crescer com pessoas com caráter e competência, sem mensalão ou orçamento secreto. Vamos assumir o poder para fazer o Brasil crescer”, afirmou Felipe D’Ávila, que encerrou o debate.
Esta foi a primeira oportunidade em que os candidatos ao Palácio do Planalto debateram suas propostas para as eleições deste ano. Em caso de segundo turno, um novo debate entre os candidatos à Presidência da República está marcado para 9 de outubro.
De acordo com a última pesquisa Datafolha, divulgada neste mês, Lula lidera com 47% das intenções de voto, ante 32% de Bolsonaro e 7% de Ciro.
Da Redação O Poder
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