março 28, 2024 04:54

Por serem maioria no Amazonas, mulheres podem definir resultado das eleições

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De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dos 2,6 milhões de eleitores amazonenses, 51,4% são mulheres. O número corresponde ao total de 1.360.842. 

Por serem a maioria, elas podem definir o resultado do pleito deste ano. É o que pensa a economista, doutora em desenvolvimento regional, docente do departamento de economia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e integrante do Comitê de Combate à Corrupção, Michele Aracaty.

“O eleitorado feminino deve ser relevante para o resultado das eleições deste ano. As mulheres visam o bem-estar das suas famílias. Precisamos levar em consideração também que elas são a maioria das chefes de família e estão acompanhando os constantes aumentos de preços de produtos da cesta básica, bem como o impacto da perda do poder aquisitivo dos salários e da renda”, explica Michele.

Por outro lado, a vice-presidente da Comissão de Mulheres do Conselho Regional de Administração do Amazonas (CRA-AM) e membro do Comitê de Combate à Corrupção, a conselheira federal de administração Nazaré Campos não acredita que as mulheres aptas a votar irão votar em candidatas mulheres. “Apesar de sermos 51% do colégio eleitoral, não acho que nesta eleição as mulheres mudem o perfil. Podem ser as que mais irão votar, porém não votarão em mulheres. Em especial no nosso interior, porque ainda estão vinculadas ao sistema de ‘o que vou ganhar se fulano vencer’”, comenta.

“Muitas coisas são levadas em consideração, como a relação do parentesco com o candidato, a relação de interesse político, com o pensamento de ‘só vou votar porque dependo dele, se caso for eleito, para manter meu emprego’ ou ‘ vou apoiar para receber outro favor de volta’ e a relação de amizade com o candidato”, avalia Campos.

Representatividade

Apesar do número chamativo de eleitores pertencentes ao gênero feminino, são poucas mulheres parlamentares nas Casas Legislativas e até mesmo no Poder Executivo. Na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) são somente cinco deputadas estaduais, enquanto na Câmara Municipal de Manaus (CMM) são quatro vereadoras. Não há deputadas federais eleitas para a Câmara dos Deputados. 

A pouca representatividade também reflete no número de mulheres concorrendo às eleições. As mulheres são minoria na disputa deste ano. Dos 634 candidatos do Amazonas neste pleito, apenas 219 (34,5%) são mulheres. Dentre elas, duas estão concorrendo para o governo do Estado (Nair Blair – AGIR/ Carol Braz – PDT), uma para senado (Marília Freire – PSOL), quatro para vice-governadora, três para primeira suplente e cinco para segunda suplente. 

Os cargos proporcionais comportam o maior número de candidatas. Para deputado federal são 62 candidatas. O maior número são para o cargo de deputada estadual, no caso, 142 mulheres concorrem neste pleito. 

“Temos poucas mulheres que se dispõem a se lançar como candidatas. Ainda é um cenário muito masculino, mas eu acredito que, com o passar do tempo teremos mais mulheres na política. É uma questão de tempo, pois esse processo também aconteceu em outros países como na Nova Zelândia, com a primeira ministra, nos EUA, com uma vice-presidente, na Finlândia com uma primeira ministra. Além da inesquecível Margareth Thatcher do Reino Unido. São mulheres que serviram e servem de referência para todas nós”, exemplifica Michele Aracaty. 

 

 

Priscila Rosas, para Portal O Poder 

Foto: Acervo O Poder 

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