Em primeira fala para apoiadores em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse ser “o chefe supremo das Forças Armadas”. O pronunciamento aconteceu no Palácio da Alvorada, residência oficial de Bolsonaro.
“A missão de cada um de nos aqui não é criticar, é unir. Muitas vezes vocês têm informações que não procedem, e pelo cansaço, pela angústia, pelo momento, passam a criticar. Tenho certeza entre as minhas funções garantidas na Constituição, é ser o chefe supremo das Forças Armadas”, disse aos apoiadores.
Desde o dia 30 de outubro, apoiadores de Bolsonaro realizam protestos golpistas contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). São movimentos que começaram fechando rodovias e, depois, migraram para as portas de quarteis com pedidos de “intervenção federal” e para que as Forças Armadas “salvem o Brasil”.
“As Forças Armadas são essenciais em qualquer pais do mundo. Sempre disse, ao longo desses 4 anos, que as Forças Armadas são o último obstáculo para o socialismo. As Forças Armadas, tenho certeza, estão unidas. As Forças Armadas devem, assim como eu, lealdade ao nosso povo, respeito à Constituição, e são um dos grandes responsáveis pela nossa liberdade”, disse.
Aos apoiadores, Bolsonaro afirmou que foi até lá porque “deve lealdade ao povo brasileiro” e que nos últimos 4 anos foi despertado “o patriotismo no Brasil” e que “o povo voltou a admirar a sua bandeira”. O presidente disse também que “não é fácil enfrentar todo um sistema”.
Bolsonaro em silêncio após derrota
A última vez em que o presidente falou diante da imprensa foi em 1º de novembro, também no Palácio da Alvorada, ocasião em que não reconheceu o resultado da eleição e terceirizou para o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), a autorização para o começo da transição. Na ocasião, estradas federais e estaduais enfrentavam bloqueios de bolsonaristas em atos golpistas.
Desde 26 de novembro, Bolsonaro já participou de quatro cerimônias do Exército. Uma formatura da Aman (Academia Militar das Agulhas Negras) em Resende (RJ), duas promoções de oficiais em Brasília e, ontem, uma formatura de cadetes da Aeronáutica em Pirassununga.
No início da semana, o presidente chorou na frente das câmeras durante solenidade em Brasília. Ontem, apesar de parecer emocionado, o mesmo não aconteceu durante cerimônia militar no interior de São Paulo. Ele cumprimentou os cadetes e os familiares deles, e foi ovacionado com gritos de “mito”.
Da Redação com informações de UOL
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