Distante do cenário político desde 2017, quando disputou a eleição suplementar ao Governo do Amazonas, a empresária e economista Rebecca Garcia tem, desde então, acompanhado os debates que envolvem o Polo Industrial de Manaus (PIM). Ela, que já atuou como superintendente da Suframa, demonstrou preocupação com o futuro da Zona Franca de Manaus (ZFM) devido aos constantes ataques que o modelo sofre e, ainda, por conta das discussões sobre a Reforma Tributária.
Com a experiência de dois mandatos consecutivos como deputada federal pelo Amazonas (2007-2015) e mais de um ano e meio (2015-2017) à frente da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), Rebecca Garcia esteve no centro das principais decisões político-econômicas que envolveram o Estado por pelo menos uma década e, agora, está se preparando para retornar ao cenário político do estado.
Nesta sexta-feira, 24, por exemplo, chamou a atenção nos bastidores da política local uma foto publicada nas redes sociais de Paulo Castro, marqueteiro do ex-governador Amazonino Mendes.
Na imagem, ele aparece sorrindo ao lado de Rebecca e diz que os dois tiveram uma “ótima conversa sobre futuro, política, economia e ZFM”. Veja:
Ao Portal O Poder, Paulo Castro destacou que os dois são amigos há mais de 20 anos e admitiu que, no encontro de hoje, incentivou que ela volte ao cenário político do Amazonas que, segundo ele, só tem a ganhar com o retorno da empresária.
“Nosso Estado precisa de pessoas qualificadas, com experiências tanto no setor público quanto no privado. A política está no sangue dela. Ela não vai ficar afastada por muito tempo”, garantiu o marqueteiro.
Procurada pela reportagem, a economista destacou que Paulo Castro e Sabá Reis são grandes incentivadores da sua carreira na política.
“Dizem que sou vocacionada para isso [política]”, disse Rebecca, negando que tenha pretensões políticas para 2024.
“A gente quer um Estado e uma cidade que dê certo, independente de quem esteja no comando”, completou.
Ainda em conversa com o Portal O Poder, Rebecca, que hoje está sem filiação partidária, avaliou as gestões de Wilson Lima (União Brasil) e David Almeida (Avante). De forma sutil, ela alfinetou o trabalho dos gestores.
“Penso muito diferente deles. Apesar de vivermos num Estado de muito potencial ambiental, temos perdido o protagonismo por falta de articulações. Mas vamos acreditar e confiar que as coisas vão mudar com o Pauderney [Avelino] agora na Sedecti [Secretaria de Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação]”, comentou.
Para ela, falta planejamento na gestão de David Almeida.
“Planejamento não é apagar incêndios. Como a questão dos buracos na cidade que é um problema recorrente. Priorizar as galerias do Centro não dá voto, mas é extremamente necessário. É um trabalho de síndico que faz funcionar o grande”, falou.
Rebecca também comentou sobre a movimentação da bancada federal na Câmara dos Deputados acerca da Reforma Tributária. Ela, que tem reunido com entidades da classe industrial, diz que apesar de haver uma preocupação diante do atual cenário de incertezas, há também confiança de que os parlamentares estão prontos para defender os interesses do Amazonas.
“Legislar é um aprendizado. Esse debate não será fácil, mas tenho muita confiança de que o imposto único não vai adiante por uma série de questões, como a cobrança elevada. A defesa tem que ser pautada no coletivo, pensado na Amazônia Ocidental, num pacote completo, porque somos minoria na Casa”, defendeu.
Mesmo não confirmando seu retorno à política amazonense, é provável que Rebecca esteja na disputa municipal em 2024. Isto porque, Paulo Castro também revelou que a ex-deputada tem procurado profissionais da área do marketing para preparar sua volta.
Rosianne Couto, Portal O Poder