Roraima – O deputado estadual Armando Neto (PL) voltou a cobrar explicações da titular da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), Cecília Lorezon, sobre a previsão de conclusão das obras de reforma do Hospital Materno-Infantil Nossa Senhora de Nazareth (HMISN), que se arrasta há quase três anos.
Para o parlamentar, que está no primeiro mandato na Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), é uma questão de obrigação, respeito e compromisso com a sociedade, enquanto deputado, solicitar informações a respeito do término da obra.
“A sociedade precisa de uma resposta. Esse pedido se justifica baseado no número alarmante e absurdo de óbitos. Só em janeiro, foi superior ao ano passado em registro de mortes. Isso é inadmissível. O governo tem obrigação de prestar um bom serviço e, nós, como fiscais do erário e legisladores, temos também o dever de ajudar o Estado nessas melhorias”, afirmou.
Em sessão Ordinária dessa quarta-feira, 1°, os parlamentares aprovaram o Pedido de Informação nº 2/2023, de autoria do deputado Armando Neto, que questiona o término da obra da maternidade, além de outras informações referentes a contratos, contratações de empresas, atendimento e quadro de servidores.
Caos na maternidade
A maternidade sempre foi alvo de denúncias e reclamações na gestão do governador de Roraima, Antonio Denarium (PP). No início do primeiro mandato, foram pelo menos 9 secretários de Saúde nomeados pelo chefe do Executivo Estadual, no entanto, nenhum conseguiu apresentar melhorias na Saúde Pública Estadual.
O que deveria ser um ambiente seguro e apropriado para as gestantes terem os bebês, a maternidade passou a ser vista como local que não oferece as condições mínimas para a realização de partos.
Após fortes críticas, o governador decidiu realizar a reforma na estrutura da maternidade. Enquanto isso, as grávidas passaram a ser atendidas em outro local coberto por lonas e tendas. O que deveria ser uma medida provisória com duração de seis meses, agora, está prestes a completar três anos.
Enquanto isso, o número de denúncias e mortes de bebês só aumenta na maternidade. Em janeiro deste ano, por exemplo, morreram 28 bebês, conforme foi amplamente divulgado na imprensa local. O Poder entrou em contato com o Governo de Roraima sobre o assunto, mas não obteve nenhuma resposta.
Protegida do governador
Mesmo diante do caos na maternidade e nos demais setores da Saúde Pública Estadual, o governador insiste em manter no cargo a secretaria Cecília Lorezon. A “protegida” de Denarium já havia assumido a pasta no início da gestão ainda no primeiro mandato. No entanto, voltou novamente ao cargo e desde então tem ficado, mesmo diante de tantos problemas recorrentes na pasta.
Cecília sempre esteve no alvo das principais críticas e polêmicas. No caso mais recente, ela chegou a debochar de uma grávida que estava chorando no chão de um corredor da maternidade sem atendimento. Ao reagir à cena, disparou: ‘pessoas que se prestam a dar show’.
Principal gargalo do governo
De todas as pastas do governo, a da Saúde é a considerada como o principal gargalo da gestão de Antonio Denarium. Desde que tomou posse no primeiro mandato, o governador vem tendo problemas recorrentes na secretaria de saúde.
Ela já foi alvo de investigações sobre o desvio de recursos públicos para compra de respiradores na época da pandemia. Inclusive, a Assembleia Legislativa de Roraima criou uma Comissão Permanente de Inquérito (CPI) para apurar todas as irregularidades em contratos milionários.
Da redação
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